DOCE INOCÊNCIA

Maurício é um garotinho de uns cinco anos,aproximadamente.Tagarela e dizendo,vez e outra,algumas frases que não teriam a menor graça se proferidas por algum adulto,mas ganhando um colorido mágico e engraçado em sua boca.
Certo dia,debaixo de uma chuva muito forte,de capa e sob um guarda chuva "gigante",passava êle em frente à minha casa.
Gritei-lhe:
_Que chuva,hein!...Maurício.
A resposta veio num tom de alguém apreenssivo e de saco cheio:
_Não!...Isso aí " é pra acabá!"
Em outra ocasião ao lhe perguntar:
_Como vai?...Maurício.
Ouço como resposta,a seguinte frase acompanhada de um movimento de sua mãozinha como a empurrar alguma coisa:
_Vai-se levando,seu "Chuél"...Do jeito que Deus manda.
E a última,aconteceu hoje à tardinha quando saía para a minha caminhada.
Maurício e alguns outros amiguinhos,acocorados num terreno baldio,com umas varinhas,cutucavam um cupinzeiro.
Perguntei-lhe:
_O que faz por aí,Maurício?
A resposta:
_Estamos bricando com as "Morfigas",Chuél...
Com o espírito "morfigado" a caminhada foi ainda mais agradável.