Quero Pu Dim

Na inocência de seus 4 aninhos, Terezinha, caboclinha acanhada e caipirinha, criada na roça, se encantava com a beleza dos doces que eram vendidos nos armazéns da cidade.

Todas as vezes que era possível ir-se a cidade, que era bem longe do sítio onde moravam, o pai a levava, de carroça, puxada por cavalo é claro.

Era um luxo! Ir na cidade e ainda poder comer daqueles doces tão bonitos e diferentes!

Num desses passeios, o pai que se ocupava de seu jogo de Bótia, incumbiu-a de pedir ao vendeiro um doce para sí e outro para irmão menor que ela.

Parou na frente do balcão, escolheu e pediu um suspiro colorido.

Pegou o doce e olhando novamente para o vendeiro tornou a pedir:

- Agora quero um pu dim.

Ao que o vendeiro retrucou:

- Menina, eu ão tenho pudim! Escolhe outro doce.

- Tem sim, eu quero um pu dim!

Segurando o suspiro nas mãos, Terezinha soluçava, chorava e continuava a pedir:

- Quero um pudim! Dá um pu dim!

O vendeiro já não sabia o que fazer quando o pai da menina veio então ver o que acontecia.

Dasatou a rir enquanto o vendeiro tentava explicar que a menina insistia em querer pu dim e ele não tinha pu dim na sua Venda!

Vendo que a menina tinha um suspiro na mão, pediu outro e deu ao outro filho menor.

Só então o vendeiro viu que ela estava com o irmãozinho, bem menor, atrás do balcão e entendeu que o doce era para ele.

Mas, e o pu dim?

Só quando o pai explicou que ela não conseguia falar o nome do irmão e por isso o chamava de DIM, foi que o vendeiro entendeu...

Não era um doce pudim que pedia e sim um outro doce para o DIM.

Até hoje, nas rodas da familia, se conta a historia do pu dim!

Terê
Enviado por Terê em 25/05/2010
Reeditado em 27/05/2010
Código do texto: T2279513
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