REENCONTRO

Desceu do carro. Parou em frente ao portão envelhecido pelo tempo. O olhar percorreu o antigo casarão e fixou-se numa janela. As lembranças vinham aos turbilhões. As mãos trêmulas empurravam o velho portão da casa onde vivera os melhores anos de sua vida: sua infância.

À medida que se aproximava da casa, sentia no peito, o coração palpitar inquieto, porque seus pensamentos agora estavam voltados a um passado repleto de recordações que jamais se apagariam. Colocou a chave no buraco da fechadura e, vagarosamente, foi abrindo a porta. Ambas entraram: Nicole e a claridade daquela manhã ensolarada. Absorvida pelas reminiscências dos tempos idos, enxergara nitidamente a menina alegre e vivaz que fora outrora: sentada no mesmo sofá aveludado, onde permanecia estática ouvindo as histórias da, já saudosa, vovó Carmem. Tudo estava como antigamente: o velho tapete persa, as cortinas amareladas pelo tempo e o janelão de vidro com vista para o jardim. Contemplava, maravilhada, cada detalhe. Parecia que jamais havia deixado aquela casa, onde nascera e crescera, para cursar a faculdade de Pedagogia, na capital.

Dando um longo suspiro, começou a planejar seus ideais: uma boa reforma na casa e jardim, procurando conservar as características daquela construção. Mais tarde, levaria seu curriculum para a escola onde estudou. Tinha certeza de que seria aprovada a lecionar literatura infantil para as crianças.

Tubarão,2004.

Poesya
Enviado por Poesya em 12/05/2010
Reeditado em 12/05/2010
Código do texto: T2252974
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