Pink in the plastic
Eu sou carnívora. Desde pequena que descobri minha preferência pelas carnes vermelhas do que brancas, porém, como uma típica paulistana, não tenho o mínimo tempo - e disposição - para ir até um açougue e e me dar ao luxo de gastar 30 preciosos minutos só para comprar um dos milhares de iténs da minha lista de compras.
Isso é simplesmente algo que não faço por uma questão de praticidade. Para que ir num lugar ver um monte de carnes, e sentir aquele cheiro detestável de carne crua (com o perdão do carpaccio) e gastar um tempo valioso, se não demoro nem dois minutos para passar naquela sessão de supermercado e pegar um "pink in the plastic" (carnes bonitinhas, rosadas em uma bandeija de plástico ou isopor) que vai me servir tão bem quanto?
Pois é, hoje descobri que sou a vergonha dos carnívoros... não só por detestar açougues e feiras, mas por não estar antenada com a nova tendência de Boucherie, ou até um Bistro Boucherie, que nada mais é do que um ambiente bonito e elegante - como tantos outros - com um menu verdadeiramente carnívoro.
Não faço referência aos cortes tradicionais de carnes, e muito menos às peças nobres, falo de tripas, sangue, rabo, orelha e tudo que pudermos aproveitar desses pobres e deliciosos animais, preparados das mais diversas formas possíveis e imáginaveis.
Falo de ambientes com fotos de caças recém abatidas, com os orgulhosos caçadores com um nitido protesto ao "pink in the plastic". Que além de satisfazerem os desejos mais selvagens e carnívoros imáginaveis, também criam tendências gastronomicas a serem divulgadas mundo afora.