Um conto de uma manhã triste
Era uma manhã fria. O sol se mostrava entre nuvens e começava a secar o "sereno" das folhas.
Orlando observou o campo que surgia a sua frente. Cada arvore. Cada construção. Cada rua.
Não tinha muita noção do tempo em que estava ali, sentado naquele banco de madeira. Olhou em volta. Havia algumas poucas pessoas no local.
Passou as mãos no rosto. Sentiu a barba por fazer. Arrumou a gola da camisa. Respirou fundo.
" Não foi um sonho". Era tudo muito real.
Não foi um pesadelo de um cochilo rápido. Estava alí.
Levantou. Olhou para um horizonte que não se mostrava. Algo como fuga daquela realidade.
Sentiu uma leve dor nos ossos das pernas como resultado do tempo em que ficou sentado.
Era só o primeiro dia de algo novo e não havia como voltar.
Timidamente caminhou até um corredor pintado de branco. Avistou sua irmã, Julia.
Tocou com carinho em seu ombro.
Julia se voltou e encarou o irmão com um triste sorriso.
Juntos desviaram os olhares para o mesmo ponto.
- Está marcado para as nove horas - Falou Julia.
- É, eu sei - Respondeu Orlando
- Não sei como vai ser a vida agora...
- Nem eu.
Um abraço simbolizou a carência do momento.
Entraram juntos no pequeno cômodo pintado de branco.
Sentaram-se num sofá e sentiram o passar do tempo.
Um misto de sono e sonho foi interrompido por uma voz masculina:
-Seu Orlando? Nove horas. Está na hora do enterro da sua mãe