Chat

Não a vi teclando, mas pelo recado eu sabia que seus dedos choravam sobre o teclado. Teclava rápido, o som dos botões era uma Fuga de Bach, desesperado e angústiante. Estava ansiosa, escreveu rápido e enviou. Li sem dar muita atenção e voltei à minha ocupação, não queria conversar com ela, até hoje não sei por que eu estava online. Pouco depois outro recado, dessa vez eram gritos furiosos, ela escrevera em letras maiúsculas coisas desagradaveis a meu respeito, queria que eu a respondesse, meus olhos continuaram surdos. Então finalmente ela calou seus dedos, os meus não tinham dito uma só palavra, o status dela no chat ainda estava online o meu tambem.

O silêncio prosseguia

Então a tensão provocada pelo silêncio foi rompida pela melancolia manifestada nas seguintes palavras:

L@urinh@ tecla:

- Desculpe mas terei de exclúi-lo. Não podemos mais nos falar. :(

Nesse momento o meu tempo de Login se esgotou, quando me dirigia ao balcão da lan house para pagar pela meia hora de uso pude avista-la, com lágrimas incrédulas ela olhava para a tela do computador. Quando eu já estava na rua meu celular toca, era ela...

Rafaello Merisi di Caravaggio
Enviado por Rafaello Merisi di Caravaggio em 07/04/2010
Reeditado em 07/04/2010
Código do texto: T2183404