Incógnita
Seu rosto ainda era jovem.Suas mãos giravam aflitas pelo ar a procura talvez,do que se perdera na mente.
Gesticulava incessantemente...
Tomava , por vezes, um ar pesado de quem estivera perdida pela noite.
Algumas vezes, enfeitava-lhe um sorriso esquálido.
Os olhos eram de um azul que resplandecia.O olhar, no entanto,perdia-se entre os limites da razão e do delírio.
Vestia-se com acentuada simplicidade.Parecia querer demonstrar a presença de alguém ao seu lado.
Sua boca abria suavemente, como se temesse os sons que pudessem surgir a qualquer momento.
Tecia algo no imaginário do seu dia.
Em que lugar poderia estar agora seu pensamento?
Seu corpo, largado no banco da praça, assemelhava-se a um embrulho esquecido por alguém apressado.
Que sentimento habitaria aquele coração?
Que habitantes transitariam por aquela alma?
Num rápido e inquieto instante remexeu a bolsa rota que carregava junto ao peito, e tirou uma foto amassada, beijou e uma lágrima acabrunhada rolou pela face. Ela sentia saudade...