TROCADOS

POR MISEROS TROCADOS SORRI A LOUCURA

Macarrão havia chegada ao seu limite. Chegou ao escritório trocou de roupa sentou-se no banco da cozinha e bebericava o café.

Pensava como tinha sido aquela noite, não dormira. O óleo havia acabado seu filho a muito não tomava o leite quentinho de outros tempos, mas agora comia aquele angu doce que Ifigênia fazia toda noite, seus olhos marejavam não podia permitir que seus colegas o vissem chorando, mas era doloroso entrar naquele barraco sem luz, água e com a porta escorada por um tronco de arvore e um pedaço de colcha tapando o buraco que poderia ter uma janela.

As vezes ia trabalhar a pé para sobrar algum, mas agora que a firma lhe dava cartão emprestava para os vizinhos para ficar com o dinheiro sabia que era errado mas o que fazer não poderia ver a família morrer a míngua. Ao fim do mês não recebia nada a não ser os vales da farmácia.

Chamaram seu nome;

-- Maçarão setor para você...

Ele não escutava parecia que uma parte do seu cérebro havia sido arrancado e jogado dentro daquela fonte artificial no canto do muro, ele só ouvia o barulho da água descendo e subindo, ouvia seu filhinho chorando com as mãozinhas estendidas pedindo comida, Ifigênia olhando pela a janela o céu nublado, pois logo as goteiras iriam cantar seus hinos ao pingar no fundo das panelas espalhadas pelo barracão, tinha a impressão que o som era de uma sinfonia que uma vez ouviu no parque municipal. Macarrão já podia ouvir seus colegas sorrindo como as gotas de chuva no fundo do corredor, seu coração batia cada vez mais forte sua cabeça zunia, vozes como trovões á lhe dizerem;

---fracassado fracassado...

Sorrisos mordazes e a janela do segundo andar aberta a chamá-lo;

--- Mas como faria meu povo; pensava.

As vozes continuavam a cantar uma cantiga que ele não entendia. Bocas lhe sorriam.

De repente surge a sua frente um palhaço com um enorme nariz roxo com uns bonecos pendurados por barbantes a dançarem e lhe convidar a entrar no circo da vida.

Um leão ruge ao seu lado e uma trapezista nua insinua para ele, macarrão sorri cada vez mais alto e já não consegue mais parar e o riso atravessa a porta vai pelas avenidas do centro da cidade atravessa bairros e entra pelos portões do manicômio.

Maçarão enlouqueceu como toda uma geração de trabalhadores da guerra entre irmãos.

Ifigênia ao saber começou a sorrir abriu a porta da rua e perdeu-se para todo sempre na noite.