Uma manhã diferente
Assim como acontecia todos os dias, ou melhor, todas as manhãs, Joel acordou atrasado e apressado. Tudo foi feito as pressas e a saída da pequena, e modesta, casa foi "ao toque de caixa". Esperou no ponto até que o transporte chegou. Entrou e se ajeitou, do jeito que podia. Só então reparou o dia. Havia um cinza regado a "lágrimas" naturais que chamamos de chuva. Viu o movimento de pessoas e carros. Um espetáculo de vidas em movimento. Se permitiu pensar além do trabalho. Pensou nas pessoas. Imaginou a história de cada uma delas. Alegrias, tristezas, sonhos, projetos. Vida. De súbito enxergou algo além dele. Além daquela pasta de trabalho. Além da preocupação de lucrar. Abriu um sorriso libertador. "Idiota" pensou.
Tocou no vidro da janela, como se tocasse num quadro pintado como o tom da chuva em movimento. Continuou sorrindo.
Ali naquele transporte, naquela manhã. Respirou aliviado como se um peso tivesse sido tirado das suas costas. Reparou a vida em coisas tão simples, tão belas e tão presentes. Decidiu, a partir daquele momento, viver! sentiu algo que chamamos Deus! Decidiu viver!