Mulheres Avassaladoras: A terapeuta e a Moça.

Era uma vez... Uma terapeuta que aguardava uma pessoa para atender.

A moça chegou ao consultório, timidamente, com passo pequenino e vagarinho, muito jovem, linda, loura, olhos verdes, sorriso brejeiro, com olhos úmidos de suas lágrimas, e uma história para contar.

A terapeuta abre a porta e a acolhe com um sorriso “acolhe a dor”, e disse: adentre.

A moça aceitou o convite. Antes de iniciar, contou à terapeuta que a procurou porque uma amiga indicou. As amigas sempre são boas em apoiar, por isto, sempre devemos cultivar as boas amizades. Somente as amigas podem se entreolhar e afirmar: nós sabemos o que é isto, não é mesmo? Digamos que se trata de um sentimento, que permeia o imaginário e as experiências do gênero feminino.

Daí, então, entre suspiros e lágrimas começou o seu relato: Era casada de pouco, com um homem que tinha um passado, ex- esposa e filha. Ela por ser muito jovem e sem experiência não sabia lidar com este universo. Tudo o que ela queria e sonhara era um homem para amar.

A terapeuta sensibilizada perguntou: O que acha de buscarmos a ajuda de outras pessoas sábias e experientes? A moça pensou, e viu que era preciso abrir seu coração para que pudesse receber a ajuda necessária, afinal sua dor era imensa. Seu corpo já expressava esta dor, o que não era bom, e provavelmente só a terapeuta não seria o suficiente. Assim, iniciaram juntas, uma jornada. Foram buscar o que era necessário para uma vida, com qualidade.

Em uma das sessões, momento em que se encontravam para falar e ouvir, a terapeuta contou a história de um filme que ela tinha visto na noite anterior. Uma comédia, brasileira, em que havia um grupo de mulheres que procuravam encontrar um homem para amar, segundo a maneira de cada uma delas. O nome do filme era “Avassaladoras”.

O filme conta a historia de uma mulher que faz descobertas interessantes sobre quem ela era. Ela era designer gráfica, percebia-se bonita, insegura, atrapalhada, e na verdade não sabia o seu valor pessoal. Aproximava-se repetidas vezes de homens que lhe traziam muitas frustrações. Observava as amigas que tinham o comportamento semelhante ao dela e constatava que elas não estavam felizes. Isto lhe causou um mal-estar, até que começou a fazer reflexões sobre seus últimos encontros, o que fez com que começasse a amadurecer. Este fato coincidiu com a produção da capa de um livro, que tinha o nome de “Avassaladoras”, e que apresentava um novo conceito sobre a mulher. Definia a mulher avassaladora como profissional competente, que sabe o que quer, que está bem consigo mesma e possui auto estima elevada.

Após comentar o filme, a moça curiosa informou que iria assistir ao filme. Com um sorriso matreiro a terapeuta combinou que na próxima sessão voltariam ao assunto.

Na semana seguinte tornaram a se encontrar e ao entreolharem deram uma boa risada. Naquele dia, após a partilha sobre o filme resolveram que daquele dia em diante se tornariam mulheres avassaladoras, com uma vida muito interessante. A cada encontro a autoestima delas se elevava, pois haviam despertado para tornarem-se avassaladoras.

Após o caminho percorrido em busca de saúde e recuperação, a moça separou do marido, pediu transferência do local de trabalho e foi morar no litoral. Posteriormente, conheceu outro homem, casou-se novamente. Desde então tem sido muito feliz. Desta felicidade nasceu um bebe e realizou um antigo sonho. Ser mãe. A terapeuta, também realizou mudanças e continua a caminho, pois a sua jornada é longa, e envolve o destino de outras pessoas. Também se separou naquela época. Posteriormente voltou para o marido, mas trouxe na bagagem uma vida muito interessante.