Sem mais, nem menos

Sem mais, nem menos ela chega.
Tem gente que espera, espera até tarde da noite e nada.
Outros jamais a esquecem.
Que relação é esta que agente não quer ficar relembrando, mas também não a tira da cabeça.
Sou do tipo Tancredinho, provavelmente já deixei transparecer isso nos escritos.
Tudo deveria transcorrer de forma harmoniosa, concordada.
Não sei porque precisamos sofrer tanto.
Toda relação deveria ser mais fácil.
As vezes ela passa por nossa porta, olha mas não entra, parece que só pra não ser esquecida.
E quando ela chega de forma surrateira, de mansinho, pisando em ovos, pega-nos de surpresa e aí meu amigo, o cara cai de cú trancado.
Aí é um desastre só; infarto fulminante do miocárdio.
Nunca estamos prontos, sempre temos muito ainda o que realizar.
Mas xô morte! Xô que não tô na hora de passar pra uma melhor. Melhor pra mim é aqui mesmo e agora.
Não sou adepto do Zé do Caixão.
Unhas grandes só de mulher e nem tão grandes quanto.
O melhor que podemos fazer é ir de encontro a você, até mesmo para afastá-la.
É por isso que até hoje danço, pulo, trepo, – no bom sentido - pensando bem,no mal também, – se isso for mal - ando de bicicleta, jogo bola; por sinal sábado passado fiz um golaço no futebol society, relembrando os tempos do futebol de salão da bola pesada, da quadra de taco de madeira, do glorioso e até hoje lembrado em verso e prosa time do “ENGOV”. Não raro pediam explicação pelo nome e a turma fazia chacota: é pra agente entrar engoviado.
Tenho encontrado com amigos e um ou dois dias depois vem a notícia de falecimento. E pior é que, as vezes trabalhando fora, agente nem tem como ir velar.
Falar nisso vou fechar o texto e dar minha corridinha aqui pelo centro de Barão de Cocais. Até mais logo!

Ps.: em tempo. Minha crônica não se chama “ Morte” como lhe parece mais apropriado, por que se assim o fosse, você não iria me ler, he, he, he!
Afonso Rego
Enviado por Afonso Rego em 11/03/2010
Reeditado em 01/04/2012
Código do texto: T2133248
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