UM PRATO FINO

Tudo começou com um crime ambiental, ocorrido em 1995, que está impune até hoje porque o processo está empacado na Justiça.

O vizinho do outro lado da estrada desviou um curso de água para fazer um açude. O que restava da água que há séculos corria pela nossa propriedade foi desviado pelo meu vizinho do lado.

Quando havia água, eu mantinha gansos como vigias; quando o tanque secou os gansos descobriram que existia água no vizinho ao lado, que é meu parente; os terrenos são separados por uma tosca cerca de arame; os gansos atravessaram a cerca e foram nadar.

O vizinho, tendo brigado comigo por assunto de família, expulsou os gansos do seu quintal e eles foram para a estrada; um deles, assustado com as vassouradas, voou, trombou com um fio elétrico e caiu fulminado. A energia foi interrompida com o choque; telefonei para a companhia de energia pedindo o conserto; enquanto isso, o bicho foi enterrado no jardim.

Em poucos minutos os funcionários da companhia chegaram perguntando pelo ganso...

Eu, ingênua, pensava que a rapidez do atendimento fosse devida à urgência no restabelecimento da energia!