Será?

“Será?”

Era tudo que conseguia pensar naquele instante. Olhava o sorriso emocionado do homem que a tinha como centro do universo e imaginou como seria sua trajetória nessa terra a partir de então. Pensou no quanto ele a amava e no quanto ela seria “feliz”.

Sua espinha estremeceu quando olhou pra seus pais e para os pais do homem que sabia, seria o que amaria eternamente.

Todas as indagações estavam saltitando, pulsando, vibrando e explodindo ali na sua frente. Não tinha todas as respostas e só o que via era o sorriso lindo do homem pelo qual seria capaz de tudo.

A incerteza de um futuro ao lado dele a amedrontava. Estariam preparados?

E a rotina, a convivência diária? O que aconteceria?

Olhou pra igreja, pros convidados, padrinhos e por fim pra imagem de Sto. Antônio no altar.

Sorriu pro homem da sua vida. Soltou-lhe as mão. Lhe deu um beijo caloroso que fez os convidados vibrarem e fazer a cabeça de Otávio girar.

Arrancou os sapatos jogou pro lado. E gritou sorrindo e aliviada:

“Não!”

Correu pelo corredor em direção à porta esvoaçando o vestido sob os olhares aflitos de todos. Quase lá fora se voltou pro noivo, retirou os cabelos do rosto e gritou novamente:

“Vem amor! E vamos pra festa gente. Ninguém precisa disso não.”