Ecos da solidão ou A casa vazia
A casa vazia exala uma sensação de conforto inquieto, como quando se está feliz sem motivo, cujo sentimento pode finalizar-se num rompante.
O vazio da casa é um sussurro de titãs esbravejando nos ares a sua fúria reivindicando posse. Dá um certo frio e um aconchego inebriante.
A casa sem vozes, sem sons. A casa somente minha, livre para pecados e aberta para todo e qualquer despudor. A casa onde vivo.
Não tem portas essa casa, somente janelas. E não pense você que se pode entrar por elas. Elas são impenetráveis. Na casa só entra quem nela acredita, quem nela medita e quem dela duvida. E a dúvida tem de ser sincera.
Não há por que dividir esta casa com outrem.
Não há terra ao fim deste mar. Nem planeta, nem constelação, nem ar.
Na casa vazia me remexo em movimentos burlescos e danço a melodia pródiga. Não espera-se nada da canção de tão gasta, nem mesmo o acorde final.
Há paz neste lugar.
E há também o medo da solidão.
Consigo ficar nela por alguns momentos... Não recordo-me ter ficado ali mais de um dia. Talvez nem uma hora.
Para sair da casa basta prestar atenção, ouvir as vozes cochichando, o martelo da construção, a televisão, o rádio e puff!!! Num piscar de olhos se está de volta.
Perde-se o vazio, ganha-se a vida.
E num lampejo inesperado tudo volta a fluir vagamente...
A casa vazia exala uma sensação de conforto inquieto, como quando se está feliz sem motivo, cujo sentimento pode finalizar-se num rompante.
O vazio da casa é um sussurro de titãs esbravejando nos ares a sua fúria reivindicando posse. Dá um certo frio e um aconchego inebriante.
A casa sem vozes, sem sons. A casa somente minha, livre para pecados e aberta para todo e qualquer despudor. A casa onde vivo.
Não tem portas essa casa, somente janelas. E não pense você que se pode entrar por elas. Elas são impenetráveis. Na casa só entra quem nela acredita, quem nela medita e quem dela duvida. E a dúvida tem de ser sincera.
Não há por que dividir esta casa com outrem.
Não há terra ao fim deste mar. Nem planeta, nem constelação, nem ar.
Na casa vazia me remexo em movimentos burlescos e danço a melodia pródiga. Não espera-se nada da canção de tão gasta, nem mesmo o acorde final.
Há paz neste lugar.
E há também o medo da solidão.
Consigo ficar nela por alguns momentos... Não recordo-me ter ficado ali mais de um dia. Talvez nem uma hora.
Para sair da casa basta prestar atenção, ouvir as vozes cochichando, o martelo da construção, a televisão, o rádio e puff!!! Num piscar de olhos se está de volta.
Perde-se o vazio, ganha-se a vida.
E num lampejo inesperado tudo volta a fluir vagamente...