Educar é um ato de amor

Mariquinha trabalhava como doméstica, tinha uma única folga mensal. Ela era do interior, saiu da roça para mudar de vida, porque achava que no sitio não haveria futuro. No inicio do casamento o marido adoeceu, impotente ficou.

O casal tinha três crianças, uma menina de 7 anos, um garoto de 6 e o menor de apenas dois anos. Mariquinha teve que deixá-los aos cuidados de uma comadre, que morava ha cinqüenta quilômetros.

As crianças eram tristes pela ausência dos pais, só os viam uma vez por mês. A menina era a mais conformada. O menino do meio era considerado rebelde, não aceitava imposições. O menor, praticamente um bebe, era sério, olhar penetrante,determinado.

A comadre de Mariquinha assumiu a responsabilidade pelas crianças por uma bondade extrema. Cuidou deles por sete anos.

Nos domingos de visita da mãe era uma festa, as crianças ficavam ansiosas. Quando a mãe apontava no final da rua, os três saiam correndo ao encontro dela, os três a abraçavam de uma só vez.

Assim que a mãe adentrava na casa, cumprimentava a todos, abria a sacola e escancarava os presentes dos filhos. Dava para os filhos bolachas, balinhas, roupas, brinquedos ganhos dos patrões. Uma festa quase completa.

Depois vinha a outra parte: o relatório do comportamento das crianças era apresentado a ela. As crianças já sabiam da rotina. Por parte da menina nunca havia reclamação.

Quanto aos meninos, sempre tinha uma novidade. Em uma destas visitas a mãe foi notificada que o menino pequeno furtava dinheiro e escondia. Eram pequenas importâncias, algumas moedas, mas estavam preocupados.

Havia algum tempo que isto acontecia, não queriam preocupar a mãe, ela já tinha tantas preocupações coitada.

Ela tinha que dar uma lição definitiva ao seu filho, a ultima coisa que desejaria era ter um futuro ladrão na família.

Em seu coração sabia que Deus estava com ela, a ela caberia a sabedoria para corrigir tal ato. Ela o levou para a casa da patroa, com a devida permissão.

Propositadamente Mariquinha colocou um dinheiro em cima de um móvel, saiu para o quintal pendurar umas roupas no varal. Quando retornou a criança já havia subtraido o dinheiro. A mãe o chamou, disse assim:

- Meu filho, onde está o dinheiro que a mamãe deixou ali?

Ele respondeu prontamente:

- Não sei mamãe, não vi.

Ela insistiu:

- Viu sim meu filho. Vá buscar e devolva para mamãe.

Ele formulou algumas palavras de forma a convencê-la que estava enganada, começou a chorar.

Era um momento delicado, Mariquinha teria que agir com sabedoria, com firmeza, usar as palavras adequadamente de forma a obter êxito positivo na correção daquela criança, que tanto amava.

Educar é um ato de amor. Amor não faltava a aquela mãe.

Não houve necessidade de surra, de palavras de baixo calão, a mãe fez com que ele proferisse a confissão e prometesse jamais repetir aquele feio e negativo comportamento.

A criança retornou para a casa da comadre refeito, para alegria de todos. Ele cresceu com o grande ensinamento de sua mãe, é escritor, viaja por diversos países como missionário de uma igreja.

E’ necessário estar atento a pequenas subtrações, uma balinha, depois um lápis, um brinquedo, e por ai vai.....

Quem ama cuida, presta atenção e corrige o filho.

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Marina Gentile
Enviado por Marina Gentile em 04/02/2010
Reeditado em 10/04/2010
Código do texto: T2069732
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