A ARTE NA ALMA

Certa vez encostado, solto, leve a flutuar nas ondas por entre as correntes de ar, seguindo tranqüilo e calmo as curvas da estrada. E a tarde transcorria seu curso natural há nos brindar com um espetáculo mágico e encantado, com uma brisa suave e calma vinha é beijava nossa face estressada e quente dos raios de sol do verão em pleno meados do mês de janeiro. E a temperatura da terra cada dia um pouco mais alta, chegando a tarde com condições elevadas bem acima dos 20° e tantos e tantos graus. E ali embaixo da marquis na calçada todos indo e vindo de um lado para o outro, e próximo do meio fio já começando o asfalto os raios do sol beijando toda a rua e os ônibus que se seguem em direção do subúrbio acelerando firme ajuntando assim a elevada temperatura. Só que neste contraste belo onde a poluição sonora contrasta com um contraste lindo bem enfrente ao parque municipal, sem perceber de encontro com os meus olhos surge sorrateiramente, uma bela e encantadora dama, desfilando bem no meio da multidão sobre suas sandálias plataformas, com uma saia bege quase encobrindo os joelhos, e uma blusa da mesma cor com um casaquinho azul marinho e um lenço vermelho em volta do pescoço, com uma pasta na mão direita e uma bolsa de pele nos ombros quase na cintura. Surgiu e veio caminhando calma em minha direção, sorridente com um sorriso largo e faceiro na face que encanta e estremece qualquer coração hostil e sem jeito igual ao meu, que até parece solidário, e as vezes o é.

Porem no cruzamento bem em nossa frente, fomos parados frente no sinal vermelho, e por alguns instantes ficamos ambos olho há olho, um olhando para o outro, parece até que já nos conhecíamos. Estávamos tão encantados que perdemos o primeiro sinal verde, e só damos por conta quando o amarelo relampejou, indicando que estava voltando para o vermelho novamente. Neste momento em que o segundo vôo de encontro com outro tempo e os que estão do nosso lado fica em seu tempo, perdidos no labirinto do tempo nós dois fomos levados para a porta que da acesso a entrada do bosque.

E ali mesmo, meu coração que era parcialmente de pedra, começou a chorar de felicidade, e um sorriso envolvente resplandecer por toda a minha face. Só que fiquei estonteado e sem saber o que dizer e as palavras desapareceu subitamente do meu vocabulário, e caminhamos em direção ao banco perto da fonte e do chafariz que fica encostado na palmeira imperial, e com as pernas tremulas por ter sido fisgado pelo sorriso e todo ser envolvente daquela linda dama. E lá do alto da palmeira o sábio entoa o seu cogitar, parece que o seu cantar esta a nos acalmar, e com uma sutil transparência assentamos no banco sem dizer uma só palavras, apenas um suspiro momentaneamente expressamos cada um com um sorriso límpido a brilhar na face. E como parece que já nos conhecíamos a tempos, um dialogo começou com acerto, as palavras surgiram sem ter que as vasculhar em nossos baús, falamos de cultura, arte contemporânea, filosofia, paixões e amores.

Conversamos tanto que o curso da tarde foi sedento o seu lugar a escuridão da noite, que nos brindou com algumas estrelas e a lua em seu ciclo minguante, foram quando nos damos por conta que tínhamos que cada um seguir o teu caminho. E ela gentil e meiga me disse vai com Deus, meu escritor e eu irei com ele também, e eu disse para ela segue teu curso deusa grega das artes plásticas, pois foi entre nosso diálogos que descobrimos que realmente já nos conhecíamos, eu em olhar suas telas e ela em ler algumas frases de um livro que eu escrevi.

Pois quando dedicamos e desenvolvemos nossos dons com carinho e amor, sempre nos encontramos com encontros especiais sem jamais ter visto a beleza física da outra pessoa.

NUTE DO QUARA

NUTE DO QUARA
Enviado por NUTE DO QUARA em 03/02/2010
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