Peças que a vida nos prega

<parte11>
31/01/2010


Ele fora embora, não fazia nem meia hora, chega para uma visita á mãe e aos irmãos, o
”valentão”... Sua mulher e os filhos.
Quando percebe que a irmã não está ali na sala, junto aos demais, pergunta para a mãe, onde estaria..._Está lá no quarto chorando! Eu já disse que esse noivado vai dar em nada. E, contou que o noivo acabara de sair e acrescentou:_ Brigaram, mas eu não sei por que... A resposta do irmão foi:_ Cha comigo! Ela ficou muito mal, não bastasse a saudade, estava muito humilhada.
Quando em sua mente vinha, aquela palavra da carta ficava possessa! Como é que ele poderia tratá-la assim? Queria esganá-lo...
Tanto sofreu e chorou, que um dia resolveu_ Não iria mais sofrer, nem chorar. “Afinal, a fila anda”! Não viria mesmo! Já estava fazendo quase um ano de seu desentendimento com ele e, a aliança ali em seu dedo... Não a tirava... Gostava tanto dela! Depois, fora ele quem a colocara! Ele é que teria de vir buscá-la!
Não chorou mais! Sofria! Sonhava quase todas as noites com ele. Em seus sonhos ela o via voltando, abraçando-a, sentia ate o perfume de sua água de barba...
No momento em que acordava e lembrava-se do sonho, ficava muito mal. Era tristeza para uma semana... Os sonhos nunca deixavam de aparecer em suas noites mal dormidas. Estava, certa manhã tentando lembrar, um sonho que tivera na noite anterior com ele, mas não havia meios de lembrar-se o que seria...
Ficou com raiva de si mesma e decidiu:_Iria tocar sua vida, queria ser mãe, ter filhos, como toda mulher... Ser mãe. Seria o seu sonho! Já se passava mais de um ano, sem saber notícias dele. Só, certa vez, alguém lhe contara: Haviam se mudado, deixaram a vila onde moravam, mas ninguém sabia para onde teriam ido...
Pois bem! Então, vou arranjar outro namorado, mesmo que não venha gostar muito dele, sendo uma boa pessoa, é o que importa! _Eu também sou filha de Deus, quero ter minha família, meus filhos.
Começou a arrumar-se melhor, caprichava em sua aparência, a qual ficara esquecida, por mais de um ano...
Trabalhava agora no bairro de Santana, no mesmo em que morava, na Rua Voluntários da Pátria, em uma fábrica de camisas, seu dever seria o mesmo: Na seção de vendas, tirava notas das mercadorias que saíam, no atacado e no varejo e, auxiliando nos fins de mês , no faturamento.
Heis que, certa vez, aparece por lá alguém que queria comprar umas camisas... Um senhor muito bem vestido, aparentando perto de 18 a 20 anos mais que ela... Carregava consigo uma bonita pasta de couro onde, naturalmente, levava documentos. A recepcionista o encaminhara para ela. _Suba a escada da direita, lá em cima, no escritório, ela tiraria as notas e ainda lhe daria um desconto. Pois levaria meia dúzia de camisas... E assim foi feito!
Ele, um gaucho, filho de alemães, muito conversador. Em poucos minutos, contou-lhe, quase que toda a sua vida... Era desquitado, vinha de Porto Alegre, Trabalhava na Bosch, na cidade de Campinas, vinha a São Paulo duas vezes por semana para fazer manutenção das máquinas de uma firma que a Bosch havia comprado recentemente. Era engenheiro, cuidava, junto com seus subordinados, a manutenção de todas as máquinas... Lá e cá...
Daí a oito meses estariam juntos... Levou-a pra Campinas, onde alugou e mobiliou uma casa muito bonita! <continua>



Zelia C Silva
Enviado por Zelia C Silva em 31/01/2010
Reeditado em 17/05/2012
Código do texto: T2062225
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