http://www.rosevalverde.art.br/html/expoamig1/irani/qirani.htm

      Festa cigana

                  "Eu quase que nada não sei.
            Mas desconfio de muita coisa."
                                       Guimarães Rosa

              Ir à festa já foi um acontecimento, haja vista a dificuldade do acesso ao local e a “logística” para encontrar a indumentária e os acessórios adequados à ocasião, mas, festa é festa e mulher quando se empenha em ir a algum lugar, desde os preparativos, já se diverte.
               Festa temática é quase baile a fantasia. Elas capricham nos detalhes, criam personagens. E esta era uma festa cigana, com um casamento de verdade, o que por si só já garantia a curiosidade aguçada, a expectativa pelo clima e por todo o ritual.
               Ao adentrar o local da festa, o grupo de amigas se espalhou, atrás de novidade. Reencontravam amigos e amigas, se divertiam encantadas com a música, a decoração, a fogueira. Reuniram-se um tempo depois para fotografar e foi aí que um homem muito interessante se aproximou, puxando conversa, espalhando charme e simpatia.
               Conversa vai conversa vem, o guapo “cigano” centrou sua atenção no par de olhos verdes do grupo. Todo gentilezas, elogiou seu sorriso e disse que gostaria de apresentar-lhe sua esposa.
               A mulherada ficou pasma! A atitude era no mínimo inusitada, mas, as gargalhadas, as amigas aguardaram. A esposa se juntou ao grupo, linda, esbanjando simpatia e se enturmou de imediato. Pediu para ser fotografada junto, quis saber dos nomes, o que faziam naquela cidade que ela e o marido estavam adorando.
                  O casal de beleza e simpatia impar, intrigava o grupo. Pareciam querer agradar de qualquer jeito. Mais um tempinho e a mulher passou a dispensar especial atenção também a “favorita” do marido.
                A bela esposa, sem a menor cerimônia, elogiou os olhos, os cabelos e ainda o sorriso, a roupa, a desenvoltura da moça. O grupo inteiro sentiu o clima, a moça alvo do casal mais ainda. Saia justíssima! Percebeu que ambos procuravam companhia para mais que uma dança em volta da fogueira e, como não passava por sua cabeça ser o “queijinho” daquele sanduíche, escapou.
                  Só não conseguiu escapar da gozação das amigas o restante da festa.

 Da série SAIA JUSTA