Peças que a vida nos prega Parte 4

Parte 4

22/01/2010

A mãe sempre recomendava: Cuide destas meninas você que está sempre por aí.
Deve tomar-lhes conta, mande-as pra casa, quando as vir na rua. (Não faziam nada de mal na rua, apenas passeavam com seus namorados, mas eram tratadas como objetos).
O outro irmão, o mais velho de todos, trabalhava em São Paulo, para um laboratório.
Viajava muito, só aparecia em casa de vez em quando. Este, muito educado e gentil, era quem resolvia qualquer problema que por ventura surgisse na família, os namoros das irmãs, por exemplo. Era só chegar e a mãe já ia contando a ele: esta fez isso, a outra fez aquilo, e lá ia ele “ter” uma conversa com o namorado da “infratora”. Mas, eram conversas amigáveis, ele mantinha toda aquela calma e tato ao falar... Vendedor de medicamentos, viajado, contador de piadas e histórias... Sabia das coisas!
Os futuros cunhados até tinham certa simpatia por ele, eu digo os futuros cunhados, porque, uma das irmãs da nossa amiguinha, também namorava. Iam casar-se, estavam noivos.
Mas voltando ao nosso casalzinho preferido, eles mantinham rigorosamente os dias da semana e horários para namorar. Ela chegava de volta de seu serviço, poucos minutos antes da hora marcada para o namoro, com fome, cansada, querendo tomar um banho e, o tempo que tinha para fazer tudo isso era curto, mas ela corria tomava seu banho comia alguma coisa e sob os olhares reprovadores da mãe esperava com ansiedade a chegada de seu amado. Era o momento de alegria para ela, apesar de não falar muito. Ele, mais falante contava as novidades, o que havia feito no seu trabalho, falava sobre seus amigos, e suas amigas, moradores da mesma vila. Havia até um time de vôlei feminino, o qual era treinado por ele, muitas vezes a convidou para treinar tomar parte do mesmo, viria buscá-la e a traria de volta em sua moto (agora ele já tinha uma ). Mas quem disse que ela faria isso? Aceitar seu convite, nem pensar! Seria motivo de desentendimento com a mãe. Na certa! A mãe não a deixava ir nem durante o dia na casa dele, que dirá se ela fosse á noite, horário que a turma tinha disponível para treinar.
Mas, um dia ela foi sem a mãe saber, foi com ele até a vila onde morava, ele quis levá-la iria lhe fazer uma surpresa. Ela sem saber de nada o acompanhou, não sabia nem mesmo onde ficava sua casa. Desceram do ônibus e subiram, de mãos dadas, a rua.
Quando de repente ele para diante de uma casa onde havia duas senhoras conversando sob um sol lindo que fazia naquela manhã, elas colocavam sobre uma grama muito verde e bem cuidada, roupas para corar. E, ele foi adentrando ao portão, chegou-se á uma delas e disse: Esta é minha mãe! Mamãe, esta é minha namorada! Nossa amiga quase morre de susto, não esperava aquela apresentação, não assim tão cedo! Além do que, sua timidez era tanta! Não sabia como se portar. Ficou tão envergonhada que não encontrava palavras para engendrar qualquer tipo de assunto naquele momento. Cumprimentou só a futura sogra, deixando de dar a mão á outra senhora que era tia dele.
No outro dia quando chegou ao seu trabalho, contou o acontecido para sua amiga Lurdes. Disse-lhe que ficou muito envergonhada e que não teve assunto para conversar com a futura sogra, bolas! Fora pega de surpresa, não esperava por aquilo...
Lurdes, amiga como sempre, deu-lhe seus conselhos: Você teria tanto do que falar...
Falasse sobre o sol, que estava maravilhoso no dia de ontem, falasse sobre a grama que era tão verde e tão bem cuidada, perguntasse á ela quem é que cuidava do jardim, se por acaso não seria o seu eleito, e ria, ria... Trabalhavam bastante, mas divertiam-se também!
( continua)
Zelia C Silva
Enviado por Zelia C Silva em 23/01/2010
Reeditado em 17/05/2012
Código do texto: T2045713
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