Peças que a vida nos prega parte 2

Naquele tempo, para namorar existiam regras, os pais marcavam os dias da semana e horário para que se pudesse namorar... Há! Tem mais, o rapaz teria que pedir consentimento para o pai da moça para poder namorar em casa namorar na rua, nem pensar!
Os dois começaram então a se encontrar e conversar, mas assim, com muito respeito. Eles nem se davam as mãos. O rapaz era pessoa de família muito boa, bem educado, trabalhador, responsável e a respeitava muito, tanto é que o primeiro beijo só aconteceu depois de seis meses de namoro.
Mas um belo dia, ou melhor, uma bela noite os dois encontraram-se e, andando pela calçada eles deram de cara com o pai dela. O futuro sogro. Que vinha em sentido contrário ao deles... E agora! O pai não sabia deste namoro. E eles já se davam as mãos! Estavam de mãos dadas!... O susto foi tanto, que ela quis largar a mão dele, mas ele não deixou segurou a dela com força, mas só conseguiu segurar o dedo mindinho. E, quando passado o susto, ele brincou com ela: Poxa! Só sobrou pra mim um dedinho...
Eles brincavam com a situação, mas não sabiam ainda, o que poderia estar esperando por ela em casa. Mal foi entrando e, escutou a voz do pai que dizia pra mãe _ Você deixa esta menina sair e, eu a encontrei de mãos dadas com um “magrelo” ali na rua!
Pra namorar minha filha, tem que falar comigo, que negocio é esse?
Bem, o jeito que teve foi encarar o pai. Olhou-o nos olhos e disse: _ Estamos namorando sim papai, mas ele virá falar com o senhor...
Mas qual, ele ainda não sabia dessa exigência do pai.
Ela quase não dormiu aquela noite... Ficou pensando como iria contar a ele, e ainda mais, como faria para convencê-lo a ir falar com o futuro sogro. Se ele não o fizesse o pai iria julgá-la mentirosa e isso ela não queria, de forma alguma! Era um pouco introvertida, não conseguia expressar em palavras os seus sentimentos, mas daria um jeito de falar á ele, da melhor maneira que encontrasse, para que fosse falar com o pai, sobre a “tal” permissão para namorar. Bolas! Ele não era homem? Já até servia o exercito!
E a folhinha lá na parede marcava 23 de agosto, o próximo encontro deles seria depois de amanhã, dia 25, dia do soldado! Que bom! Ele vai se animar e vai falar, com certeza!
E ele falou... Só que também era todo sem jeito, pediu á ela que chamasse o pai. Falaria ali fora mesmo! Atrás do caminhão...
Até hoje ela não sabe o que falaram, nem que palavras usaram, pois ele não quis contar á ela de jeito nenhum... Seria um desrespeito perguntar ao pai o que conversaram, ele também não iria dizer, ela sabia que não!
Mas namorar em casa era aquela coisa... Ficavam sentados na pequena sala e, uma dúzia de guardiões tomando conta. Um calor de rachar! Oh lugarzinho pra fazer calor aquele!
E o tempo foi passando e, os dois felizes da vida...
Mas havia uma coisa que não estava se colocando bem, a mãe! O gênio da mãe e o dele não se cruzaram. Aí, vocês vão pensar, ou dizer: Mas quando é que o gênio da mãe e do genro tem que se entender? Quem é que quer se casar? Eles! Então!
Mas tem sim! E como sofreriam por conta disso...


20/01/2010 continua ZCS
ZC
Zelia C Silva
Enviado por Zelia C Silva em 22/01/2010
Reeditado em 17/05/2012
Código do texto: T2043857
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