ETERNA BUSCA
Meados de 2007: começo
Janeiro de 2010: fim
Já é noite e eu apenas recordo, ouço e observo...
Meu corpo bem cuidado me diz que isso já não basta para ser o que pouco entendo. Apenas espero pela hora da minha revelação!
Saint Preux toca ritmado e sugestivo na velha vitrola. O vento bate insistentemente na janela e esse ruído pouco agrada a quem repousa inseguro sobre o tapete sujo e desbotado.
Se este momento fosse eternizado por outros olhos, despir-me-ia para ele.
Se, uma voz me convencesse de que tudo é irreal, gritaria aos prantos e soluços para convencer o quanto é tocável e permissível tudo o que ali habita.
Diria: “Ainda estou aqui. Ainda é tempo...”
Poucos fatos da pouca história. Muitos lados de um mesmo destino.
Se, é irreal, já não existo. Se, peço apenas pelo ato, viro meu disco.
E que a música toque mais uma vez....
E que a janela bata de novo e de novo e para todo o sempre.
E se fosse para eternizar, que fosse outro estranho. O que vê talvez?
Que meus olhos jamais tenham sonhado com sua imagem nem cheirado seu cheiro. Tampouco permitido sua entrada.
E em meio a um mar de conspirações clamo por inspiração. Vejo-me só!
Meu papel esta em branco, minhas mãos estão vazias.
Deixaram-me por ai. Vagando e sonhando a toa...
Pois assim serei eu sem você:
Notas que não viram música. Poço que não jorra água. Primavera que não brota flor. Mas eu nem sei disso ainda...
Sou como a taça seca a espera do próximo vinho.
Esperando pelo pão, pelo carinho...
Nesta manhã as borboletas saltitantes me conduziram até o outro lado do lago. Ao meio dia deste dia dancei ao som das calmas águas e adormeci sob o calor do vago sol.
Um sonho bom trouxe você (quem?) de mansinho...
E em meio a tantas desilusões estremeço ao seu toque.
Se ousassem me perguntar quem dorme ao meu lado, responderia num sorriso ligeiro: "Meu doce reflexo. Único e fiel companheiro." Mentiria.
Pois, o que há de mais tentador do que aprender a amar a si mesmo?
Se os sonhos perfeitos moram com os outros, estes já não se realização em mim. Pois se há amores leais, já desencontram de meus caminhos.
Se há felicidade completa, esta não me toca, nem me acalenta.
E hei de acordar deste sonho... Assim o fiz.
Após muitos instantes de reflexão e perguntas sem respostas rumei para qualquer direção. Para o interminável fim...
Pois mais difícil do que aceitar que seu amor próprio é eterno, é aceitar que sua busca nunca acaba. Quando este primeiro chegar e esta última findar, estarás pronto para partir.
... e serás livre o suficiente para partir!
Nota da autora: este texto adormeceu por anos. Ele viveu muito tempo escondido dentro de uma caixinha de papel. Repousou em silencio até o dia que ousou se libertar. Muitas coisas do original foram mantidas. Metade é real, metade é ilusão.
Todo ele é uma verdade natural e também mentirosa dos fatos.
Nota especial: quem repousa é Yolaus. Meu gato, companheiro e conselheiro.
Meados de 2007: começo
Janeiro de 2010: fim
Já é noite e eu apenas recordo, ouço e observo...
Meu corpo bem cuidado me diz que isso já não basta para ser o que pouco entendo. Apenas espero pela hora da minha revelação!
Saint Preux toca ritmado e sugestivo na velha vitrola. O vento bate insistentemente na janela e esse ruído pouco agrada a quem repousa inseguro sobre o tapete sujo e desbotado.
Se este momento fosse eternizado por outros olhos, despir-me-ia para ele.
Se, uma voz me convencesse de que tudo é irreal, gritaria aos prantos e soluços para convencer o quanto é tocável e permissível tudo o que ali habita.
Diria: “Ainda estou aqui. Ainda é tempo...”
Poucos fatos da pouca história. Muitos lados de um mesmo destino.
Se, é irreal, já não existo. Se, peço apenas pelo ato, viro meu disco.
E que a música toque mais uma vez....
E que a janela bata de novo e de novo e para todo o sempre.
E se fosse para eternizar, que fosse outro estranho. O que vê talvez?
Que meus olhos jamais tenham sonhado com sua imagem nem cheirado seu cheiro. Tampouco permitido sua entrada.
E em meio a um mar de conspirações clamo por inspiração. Vejo-me só!
Meu papel esta em branco, minhas mãos estão vazias.
Deixaram-me por ai. Vagando e sonhando a toa...
Pois assim serei eu sem você:
Notas que não viram música. Poço que não jorra água. Primavera que não brota flor. Mas eu nem sei disso ainda...
Sou como a taça seca a espera do próximo vinho.
Esperando pelo pão, pelo carinho...
Nesta manhã as borboletas saltitantes me conduziram até o outro lado do lago. Ao meio dia deste dia dancei ao som das calmas águas e adormeci sob o calor do vago sol.
Um sonho bom trouxe você (quem?) de mansinho...
E em meio a tantas desilusões estremeço ao seu toque.
Se ousassem me perguntar quem dorme ao meu lado, responderia num sorriso ligeiro: "Meu doce reflexo. Único e fiel companheiro." Mentiria.
Pois, o que há de mais tentador do que aprender a amar a si mesmo?
Se os sonhos perfeitos moram com os outros, estes já não se realização em mim. Pois se há amores leais, já desencontram de meus caminhos.
Se há felicidade completa, esta não me toca, nem me acalenta.
E hei de acordar deste sonho... Assim o fiz.
Após muitos instantes de reflexão e perguntas sem respostas rumei para qualquer direção. Para o interminável fim...
Pois mais difícil do que aceitar que seu amor próprio é eterno, é aceitar que sua busca nunca acaba. Quando este primeiro chegar e esta última findar, estarás pronto para partir.
... e serás livre o suficiente para partir!
Nota da autora: este texto adormeceu por anos. Ele viveu muito tempo escondido dentro de uma caixinha de papel. Repousou em silencio até o dia que ousou se libertar. Muitas coisas do original foram mantidas. Metade é real, metade é ilusão.
Todo ele é uma verdade natural e também mentirosa dos fatos.
Nota especial: quem repousa é Yolaus. Meu gato, companheiro e conselheiro.