SEXTO SENTIDO.

SEXTO SENTIDO.

(Zésouza)

A vendedora de tacaca. Movimento no cais. Barco a motor; Garimpo do Mané, Seringal do Juca, vai para o Baixo...

Cinco filhos; um na garupa, outro no colo e três segurados no vestido, atrás o carregador com as tralhas. Olha o barco encima a carga de caixas de cerveja e botijões de gás, no convés gente amontoada. Olha o Comandante, cara fina, bigodinho, olhos de bicho ruim. Nesse eu não boto meus filhos. Outro daqui a cinco dias. Eu espero.

Tempo de muita água. Excesso de carga. Na cabine de comando atentos o Piloto e o Comandante. Chuvas. Terminou a janta bateu o sino liberando pra armar redes. Fechar as lonas laterais.

Noite a carga dorme, o Comandante e o Piloto entregam o leme ao cozinheiro um meninão inexperiente. Os dois vão jogar cartas. O rio ta forte, desce muita agua. A chuva atrapalha a luz do farol, um vulto no rio. Assustado vira o leme a noventa graus, sacode tudo, a carga no teto inclina, a correnteza empurra o casco. Aderna e o tumulto no meio de agua e enredados nas redes...

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Zésouza
Enviado por Zésouza em 09/01/2010
Código do texto: T2020319