O diabo do estômago

Estava em duvida entre seus princípios morais e suas necessidades vitais, sempre fora honesto, direito, agora, porém o estômago falava mais alto, a cabeça cheia não organizava os pensamentos a barriga vazia só lhe apontava uma saída; ora não seria errado roubar, estava com fome. Se não fizesse algo por si quem o faria?? Alguém o daria de comer?? Logo a cabeça desnorteada, cheia de informação mas nenhuma saída tentava se manifestar, roubo é roubo!! um crime não justifica outro, e seus princípios como ficariam?? Repentinamente o estômago calou o cérebro... imagina!! trabalhara boa parte da vida e agora não tinha o que comer, onde já se viu?? Seria correto um homem trabalhar como um cavalo e agora não ter o que comer?? Não senhor, deveria ser correto roubar para conseguir comer, então olhou um homem alto, forte que trajava um belo terno sair do restaurante, a carteira parecia cheia, mas novamente o cérebro o reprime, o estômago o obriga a se encolher no chão, então depois de ficar um tempo jogado, o homem de estômago faminto vê um aposentado contando uma pequena quantia de dinheiro, devia ser a aposentadoria, mas antes da imagem do ancião atingir o cérebro do faminto o estômago se antecipa e rapidamente convence o homem caído que seria um ótimo investimento trocar seus princípios morais pela quantia em dinheiro do velho, então antes que o velho tombasse sangrando o homem de barriga vazia sai correndo com as mão cheias de dinheiro, naquela tarde o estômago calou e o cérebro se organizou, o homem que não estava mais faminto sentiu um remorso indigesto e o estômago ficou satisfeito por trinta e seis horas...

Rafaello Merisi di Caravaggio
Enviado por Rafaello Merisi di Caravaggio em 08/01/2010
Reeditado em 11/01/2010
Código do texto: T2018934