COMUM ATÉ DEMAIS

O valor de um ser humano está na capacidade de amar e não de ser amado; de expor-se ao ridículo por um amor, não de achar isso ridículo; de se entregar a um amor, não de esperar um de bandeja nos braços; e ser feliz sozinho, não de esperar que alguém, que não dá a mínima importância, o faça; portanto, ame!

Estava chovendo muito forte quando Maria saiu de casa apressada para o trabalho, esquecendo de levar o seu guarda-chuva teve que voltar atrasando-se ainda mais.

Quando chegou ao serviço, ensopada, pois o vento a molhara toda, teve todos a sua atenção, mais ela logo se explicou envergonhada:

_Não pude evitar, chovia muito forte quando sai de casa, e vejam vocês, eu pareço um pintinho molhado!

Todos começaram a trabalhar, mas Maria foi tratar de se enxugar no toalete.

Aquele dia tinha tudo para ser o dia de azar de Maria, no entanto ela foi convidada a se apresentar à sala do seu chefe imediatamente:

_Como vai Maria?

Perguntou entusiasmado Antônio.

_Vou bem, e o senhor, como tem passado?

_Estou levando a vida por rumos que a vida me leva, mas eu te chamei aqui para lhe fazer um pedido importantíssimo. Eu vou ter que viajar as pressas e não tenho ninguém que possa tomar conta dos afazeres da empresa, estou contando com a sua ajuda.

_Como assim, o que quer que eu faça?

_Terá apenas que assinar alguns papéis e autorizar algumas compras e saques, coisas simples, nada preocupante para uma pessoa inteligente como você. Então vai aceitar o meu pedido?

_ Não sei não, viu, seu Antônio...

Interrompendo os pensamentos de Maria, Antônio logo disse:

_Se for pelo salário, já aumentei o seu em sessenta por cento e mais as horas extras que provavelmente terá que fazer, devido à carga horária excessiva desse período. Então, o que me diz?

_Acho ótimo, mas terei que me levantar mais cedo, dormir mais tarde, e não sei se agüentarei. Ainda tem a minha casa, meus afazeres...

_ Dobro o seu salário.

Falou Antônio, meio que alterado.

_Não, tudo bem começo na minha nova função assim que o senhor quiser.

_Pois bem. Vá para casa mais cedo hoje com estes papéis, neles você encontrará as informações de que precisa para efetuar um bom trabalho e ter grandes resultados. Mandarei providenciar algumas procurações em seu nome, tudo bem?

_Tudo, obrigada.

Maria saiu, carregando vários papéis inclusive um livro. O seu dia não era de muito azar assim, conseguiu dobrar o salário, ter mais confiança do seu patrão e ainda receberá horas extras.

Chegou em casa por volta das treze horas, almoçou, repousou um pouco, depois mergulhou nos estudos. Mas ela não se concentrava totalmente, ficava nos seus pensamentos o jovem João Marcos, rapaz trabalhador, filho de fazendeiros, que se mudara para a capital a fim de se formar em medicina numa faculdade federal. Ele era muito esforçado, inteligente, mas tinha um caráter um pouco assustador, talvez porque era fechado demais consigo mesmo. Mantinha-se constantemente concentrado em algum livro. João Marcos pouco saía para se divertir. Maria não sabia se realmente o amava. Ela namorava Pedro Carlos, um rapaz aventureiro, gostava de se divertir o tempo todo. Pedro era uma pessoa humilde, preguiçoso nos estudos, mas dava o melhor de si no trabalho, onde construíam enormes prédios, trabalhava somente com grandes projetos, Pedro tinha um cargo até bom na empreiteira, mas o salário era precário. Então Maria ia levando o namoro, mas sempre com os pensamentos em João Marcos. Continuava com Pedro porque João não dava atenção para ela, e Maria não queria ficar sozinha.

Nos fins de semana Pedro sempre saía com Maria para algum lugar, ora num shopping, ora pizzaria, cinema, parques, bares com músicas ao vivo, etc. Num certo fim de semana Pedro sentiu Maria meio estranha. Ela estava fria, desanimada, então perguntou o quê estava acontecendo:

_Maria, eu tenho notado o seu desinteresse comigo. Você já não é a mesma há muito tempo, o que está havendo?

_Não há nada.

_Creio que existe algo, e acho melhor darmos um tempo.

_Eu não estou te entendendo, pois é você quem está desinteressado. Vive me trazendo a esses lugares chatos, comuns, queria que eu ficasse alegre, sorridente? Nem presentes você me dá.

_Não te dou presentes?

_Não.

_Como não? E aquela porção de ursos de pelúcia, flores, chocolates, roupas, entres outras coisas mais.

_Isso, são presentinhos baratos. Eu queria algo como vestidos maravilhosos, jóias, jantares em restaurantes cinco estrelas, coisas assim.

_Ah! Agora entendo. Você ta me achando com cara de quê?

_De palhaço.

Maria respondeu com ar de deboche.

_Já que pensa assim, pode procurar algum esperto que te dê tudo, alguém que faça todas as suas vontades, pois eu não sou essa pessoa. Tenha uma boa noite. – Pedro saiu deixando cair sobre a mesa algum dinheiro.

Maria então chamou o garçom, pediu a conta e saiu um pouco nervosa. Talvez ela estivesse um pouco aliviada, não gostava realmente dele. O seu único medo era que ficasse sozinha, mas logo esse medo desapareceu.

Voltando para casa, Maria encontrou João Marcos, mudando a sua feição, sorriu para ele dizendo:

_Olá! Será que o rapaz aí não pode acompanhar a dama até em casa?

João tirou suas chaves do bolso, olhou rapidamente para Maria e convidou-a que o acompanhasse:

_Venha comigo, meu carro está ali. Eu te levo, mas é só hoje.

Maria envergonhada suspirou e com a voz baixinha falou:

_Se estiver com algum compromisso, ou se não puder me levar, tudo bem, eu vou entender.

João não perdeu a oportunidade e foi logo se despedindo:

_Já que não precisa, tenho mesmo alguns livros para ler. Até logo!

Maria não entendeu nada e ficou ali parada como uma criança assustada. Foi embora decepcionada com o que aconteceu.

No dia seguinte, ao encontrar com Pedro, Maria olhou tristemente para ele, com lágrimas no canto dos olhos, dizendo suavemente:

_Me desculpe, por favor?

_Tenho pensado muito no que ocorreu ontem, e acho que foi o melhor que poderia ter acontecido. Infelizmente não posso te desculpar, eu gosto de mim mesmo. Ninguém nunca me humilhou daquele jeito. Tchau.

_Mas Pedro! Sei que ainda gosta de mim.

_Pode ser, mas não te amo o suficiente para tolerar aquelas palavras que me disse.

_Esqueça-as, por favor.

_Não será possível, desculpe.

Pedro foi sem mais nada dizer, deixando Maria desconsolada com seu arrependimento.

Na noite daquele mesmo dia, Maria decidiu lutar para conquistar João e esquecer Pedro, aliás, “João valia mais a pena”, pensava Maria.

Pedro chegou em casa mais tarde, estava muito cansado. Deitou-se e não conseguia dormir. Havia sido duro com Maria, mas ele não podia continuar aceitando os seus caprichos, tinha que parecer forte, homem de verdade.

Pedro a amava, mas o orgulho falou mais alto, com isso sofria e imaginava como seria no futuro.

Na manhã seguinte, era sábado, Pedro estava de folga e resolveu ficar na cama até mais tarde e pensava em tudo o que lhe estava acontecendo. Sabia que tinha uma limitação e que Maria de certo modo despertou nele um arrependimento por não ter estudado mais. Resolveu prestar vestibular na próxima oportunidade, mas não é fácil. João conseguira fazer faculdade porque freqüentou ótimos colégios, e se preparou em pré-vestibulares de alto nível. Já Pedro não tinha como se preparar adequadamente. Ele possuía uma formação modesta das escolas públicas, e também admitia que era preguiçoso com os estudos. Mesmo assim tinha a convicção de que o caminho era esse. Queria provar a si mesmo e à Maria de que era capaz.

Maria precisava aprender como proceder no seu novo cargo. Ela se dedicou muito, leu tudo, analisou cuidadosamente parágrafo por parágrafo, tópico por tópico. Ela decidiu que daquele dia em diante iria ser mais dedicada do que nunca e tentaria ao máximo vencer profissionalmente.

Na segunda feira, Maria ao chegar no serviço, deixou tudo organizado. Desse modo estaria pronta quando o senhor Antônio chegasse.

Quando ele chegou, Maria se concentrou, respirou fundo, deu um leve toque na porta e entrou na sala. Meio nervosa cumprimentou-o:

_Bom dia senhor Antônio.

_Bom dia.

Antônio respondeu como se o dia estivesse péssimo.

_Vim lhe trazer minhas sugestões quanto ao que o senhor me pediu.

_Pois bem, quais são?

_Olha! Do modo como me pediu, quer que eu administre a empresa enquanto estiver fora, estou certa?

_Sim.

_Mas acho que este cargo requer muita responsabilidade, e terei que tomar decisões definitivas para a empresa. Não será confiança demais da parte do senhor? Não é que eu não tenha responsabilidade, mas estranho à maneira como cresci de repente de cargo?

_Eu decidi que fizesse isso, você pode, você fará, não é confiança excessiva. Eu só acho que você é uma funcionária capacitada. E pode ir se preparando, pois viajo amanhã cedo, e só voltarei dentro de seis meses. Aqui estão as cópias das chaves de minha sala, ela é sua nesse período. Nas gavetas aqui, está toda a papelada, inclusive as procurações necessárias para que efetue o seu trabalho administrativo. Quando precisar de mim estarei a sua disposição em meu celular e em outros telefones que lhe passarei. Se caso não me encontrar, converse com o Joaquim, nosso contador, mas creio que dará conta de tudo, estou saindo daqui a meia hora, se tiver alguma dúvida aproveite esse tempo.

_Seis meses? Esse tempo todo.

_No mínimo! Mas não se preocupe estarei presente de alguma forma, virei verificar tudo pelo menos uma vez por mês.

_Sr. Antônio, eu terei que designar funções a alguns funcionários. Queria saber se eles estão avisados.

_Sim, todos já sabem. Mas, voltando ao assunto, me explique tudo o que entendeu sobre as funções que exercerá.

Os dois ficaram conversando horas e horas.

Depois de um longo tempo Maria saiu satisfeita, com brilho nos olhos.

Ela estava indo bem, até que discutiu com um funcionário que não acatou suas ordens.

_Já que não quer fazer o que lhe peço terei que fazer um relatório, sobre sua má conduta e quero que seja punido.

_Tenho muita coisa para fazer, não posso parar.

Falou Marcos quase gritando.

_Não quero saber, tenho permissão para designar quem quiser para o que precisar para o bom desempenho da empresa na ausência de Antônio. Faça ou sofrerá as conseqüências.

_Não farei nada fora de minhas funções a menos que algum superior me ordene. Agora, uma ‘secretária mixuruca’ como você, metida a besta, não obedecerei.

_Olha, como fala comigo! Agora sou eu que estou administrando, pelo menos por seis meses. Disse irritada Maria.

_Mal possui segundo grau escolar, quer mandar nos outros. Vá embora, pois tenho muito o que fazer. Pode colocar aí no seu relatório: funcionário não acatou ordem de secretária porque estava muito ocupado.

_Isso não vai ficar assim, eu lhe prometo.

_Que bom, quem sabe melhore, você pode ser demitida.

Falou Marcos sorrindo.

Apesar do desentendimento tudo se saiu bem no primeiro dia, Maria não precisou contar com a ajuda de Antônio que ligou para saber como tudo estava:

_Alô! Como está?

_Estou bem, e o senhor?

Disse Maria, com sorriso nos lábios.

_Estou ótimo. Como anda a empresa.

_Melhor do que nunca, está tudo em ordem senhor, não precisa se preocupar. Qualquer problema eu lhe comunico.

_Então está bem, até logo, e boa sorte.

_Obrigada.

Maria omitiu a discussão com Marcos. Achou desnecessário, afinal de contas, ela queria esquecer isso.

Maria só pensava no sucesso e no salário alto. Pensava nas roupas que poderia comprar, nas jóias, em fim, no conforto geral consigo, e é claro, para se exibir aos outros.

Pedro acordou na terça se sentindo muito mal e não foi trabalhar. Ficou o dia todo pensando no que ocorreu no sábado à noite com Maria. Descobriu que gostava dela de verdade, que não era uma ilusão. Sabia também que ela não o merecia, por ser tão ambiciosa. Ela valoriza mais a beleza material e não o que as pessoas são por dentro. Pedro percebeu que Maria queria a qualquer custo uma boa posição social, nem que para isso tivesse que sacrificar a sua consciência.

Maria chegou cansada ao emprego, estava se esgotando cada dia mais. Não restava outra alternativa senão se esforçar ao máximo, então ela era a primeira a chegar e sempre a última a sair. Tinha muitos afazeres e muitos papéis para analisar, decidir o que fazer, como providenciar tudo para que saísse bem. Não estava sendo fácil, mas era uma grande oportunidade para melhorar sua vida.

No fim da tarde, confessando para uma amiga, Maria comentou:

_Estou exausta e não posso cuidar dos meus afazeres domésticos.

_É, eu também tenho muito o que fazer depois que chego em casa.

Disse Regina meio desanimada.

_Terei que deixar tudo para o fim de semana.

Maria foi embora para casa e entrando não agüentou vê-la tão desarrumada. Descansou um pouco e arrumou tudo. Quando terminou, caiu de cansaço sobre o sofá da sala e ali dormiu.

No outro dia Maria acordou atrasadíssima, com o corpo todo dolorido. Tomou um banho rápido e saiu desesperada.

Chegando na empresa a recepcionista havia anotado vários telefonemas.

_O que houve, Maria? Muitos já ligaram te procurando, inclusive o senhor Antônio.

_Perdi a hora, foi só isso. Tenho que agilizar as coisas, tchau. Maria entrou na sala apressada pensando consigo mesma: “meu Deus, isso não pode estar acontecendo...”

Logo em seguida o telefone tocou.

_Alô!

Disse Maria, afobada.

_Tudo bem Maria?

Falou Antônio com voz rouca.

_Tudo.

Maria estava trêmula.

_Liguei e não tinha chegado ainda, há algum problema?

_Perdi a hora.

_Mas nunca aconteceu isso antes.

_É, eu sei. Não devo me justificar, mas estou me esgotando. Não sei se darei conta do recado, seu Antônio.

_Não diga isso, tudo está indo bem.

_Mas tenho ficado exausta demais.

_Não se preocupe voltarei em breve, está bom?

_Tudo bem, eu farei o possível.

_Até logo, tchau.

_Tchau.

Maria ficou pensativa, e queria fugir para algum lugar bem longe daquele ali, onde não houvesse tantos problemas para resolver, tantas preocupações, queria ir para o interior, ouvir por uns instantes os pássaros, respirar ar puro.

Pedro não podia tirar Maria de seus pensamentos, então quis procurá-la, mas seu orgulho não permitiu, e decidiu que não iria fazer isso, esperaria que ela tomasse iniciativa pelos dois. À tarde Pedro encontrou alguns amigos em um bar, sentaram e conversavam:

_E aí? Quê que você ta arrumando?

Perguntou Samuel, amigo de Pedro.

_Não to arrumando nem briga.

Respondeu Pedro com humor.

_Você esta de folga hoje?

Perguntou Maurício, outro amigo de Pedro.

_Não, não me sentia bem hoje de manhã, e não fui trabalhar.

Disse Pedro meio desanimado.

_Oh, Vida boa!

Brincou Samuel.

_Que nada, ganho só se trabalhar, do contrário perco o dia.

_É mesmo?

Questionou Maurício.

_É, ta achando que é brincadeira, não trabalho de carteira assinada, não tenho direito nenhum... Reclamou Pedro.

_Mas isso ta errado, tem que exigir que assinem sua carteira. Falou gravemente Samuel.

_Não, se eu fizer isso me mandam embora e põem outro em meu lugar, sabe como o desemprego está grande ‘né’!

_Sabemos, mas porque você não reúne todos e combinam isso, não demitirão todos, eu duvido. Falou mais uma vez Samuel.

_Ta aí uma boa idéia! É o que farei.

No outro dia Pedro convocou todos os companheiros de seu trabalho para uma reunião:

_Estão todos aqui?

Todos confirmaram que já não faltava mais ninguém, sendo assim Pedro prosseguiu:

_Bem, chamei todos aqui para dizer que nós temos que tomar algumas decisões quanto ao nosso emprego, não podemos continuar trabalhando sem que assinem nossas carteiras, se o nosso patrão não concordar ameaçamos paralisar a obra, todos estão de acordo?

Todos concordaram e Pedro foi logo conversar com o seu patrão. Bateu na porta de sua sala, entrou e disse:

_Roberto, pode conversar agora?

Roberto meio grosseiro questionou:

_O que você quer?

Pedro amedrontado disse gaguejando:

_Eu e meus companheiros da empreiteira estivemos pensando e chegamos a uma decisão, queremos que assine nossas carteiras, já há muito tempo trabalhamos para o senhor e acho que temos esse direito.

Roberto se levantou de sua poltrona, coçou a cabeça, acendeu um cigarro dirigiu-se até a janela, tomando um ar voltou-se para Pedro dizendo algumas palavras:

_Acha mesmo que farei isso?

Pedro um pouco mais calmo lamentou-se:

_Lamento, senhor, mas se não for assim, a obra vai atrasar, deixaremos tudo como está, até que você tome uma decisão convincente para nós todos, e se ameaçar nos demitir iremos à justiça reivindicar nossos direitos de trabalhador e ainda pediremos indenizações por danos morais e materiais devido a tantos estes anos sem os benefícios que teríamos se estivéssemos de carteira assinada desde o começo.

Roberto parecia ter algo engasgado em sua garganta e fez sinal para que Pedro deixasse a sala.

Pedro saiu, mas com a consciência de que tinha feito a coisa certa. Voltando-se para seus colegas disse:

_Agora é só esperar para ver onde esse barco vai parar.

Todos curiosos perguntaram o que havia acontecido e Pedro os acalmou:

_Acalmem-se, tudo dará certo.

Depois de alguns minutos Roberto chamou Pedro em sua sala, mas que levasse alguém consigo.

_Pois bem, vê este homem que está aqui, ele quer que todos vocês fiquem desempregados, mas sei que não é o que querem, ou é? Disse a um empregado apontando para Pedro.

Pedro confuso relembrou Roberto do que havia lhe dito ainda há pouco:

_Não se esqueça que iremos à justiça.

_Pois que vão, digam o que quiserem, meu advogado é o melhor que conheço. E tem mais uma coisa, todos que estiverem com Pedro estão demitidos. Quem quiser ficar, pois que fique, mas nas condições que estão. Agora você Pedro, nem se quiser ficar, ficará, você está demitido.

Pedro voltou aos colegas lamentando-se e disse:

_Não temos outra alternativa, teremos que ir à justiça e algum órgão de direitos do trabalhador, o que vocês acham?

Todos sabendo do que o patrão havia decidido, não opinaram e decidiram ficar no emprego.

Pedro chateado resolveu prosseguir sozinho:

_Se ninguém está comigo irei sozinho em busca do que é meu. Alguém vem?

Neste momento ninguém o acompanhou e ele saiu dali com ar de tristeza em meio à vontade de vencer.

Pedro, numa noite casual conheceu a bela Isabel num bar da esquina, onde se embebedava com Maria nos pensamentos:

_Oi! Você mora por aqui?

Perguntou Isabel a Pedro.

_Sim, você não, não é mesmo?

Pedro disse meio bêbado.

_Não, estou a passeio, tenho alguns amigos que moram por aqui perto, e resolvi dar uma volta.

Isabel falava meigamente com brilho nos olhos.

_Você é muito bonita, sabia?

_Obrigada...

Neste momento Pedro a interrompeu.

_Que besta que eu sou, claro que você sabe, mas você não é bonita... Você é linda!

_Obrigada novamente, pelos elogios, mas você também é bonito.

_Diz isso para se agradecer pelos meus elogios?

_Não, como pode pensar isso, sou muito sincera, e, aliás, eu não gosto de alcoólatras.

_Eu não sou um alcoólatra.

_Talvez não seja.

_Mas está bêbado.

_Estou afogando a minha magoa.

_Não fique assim, o amanhã sempre será melhor, pense positivo. Se precisar de um ombro para chorar me procure.

Isabel foi saindo deixando sobre a mesa um papel com um número de telefone anotado.

Pedro ficou contente de conversar com alguém compreensível, e quis ir embora tomar um banho gelado naquele instante. Ele pediu conta e foi.

No outro dia Pedro ligou para Isabel:

_Oi! Tudo bem?

_Quem está falando?

_Sou eu, o Pedro.

_Como vai?

_Vou bem, eu só liguei para te agradecer por ser tão gentil comigo e queria te ver novamente, pode ser?

_Claro, quando?

_Sexta às dez horas, que tal?

_Por mim, tudo bem, mas onde?

_Você sugere alguma coisa?

_Como não moro aqui, não conheço muitos lugares, mas se quiser ir ao mesmo bar que estávamos ontem, será legal.

_Então até sexta, às dez horas, neste bar.

Pedro ficou entusiasmado com aquela mulher e por um tempo conseguiu esquecer Maria.

No outro dia, Pedro decidiu procurar emprego e encontrou um ‘bico’ como pintor. Então começou a trabalhar no mesmo dia bem mais contente.

No final da semana já teria um trocado e poderia então se encontrar com Isabel.

Chegou a Sexta-feira e Pedro pensou um pouco: “_Eu não deveria estar pensando em me divertir se nem tenho um emprego fixo, muito menos uma profissão definida, contudo eu devo fazer o que tem que ser feito e sairei hoje à noite”.

À noite, Pedro se arrumou e saiu. Encontrando-se com Isabel a beijou suavemente no rosto acariciando seus cabelos longos e lisos. Indicou-a um caminho e sentaram-se em uma mesa no fundo do bar bem escondida e dialogou com ela:

_E então o que tem feito de ontem para hoje nesta bela cidade de Belo Horizonte?

_Eu fiquei em casa assistindo televisão.

Isabel parecia desanimada, mas sorria carinhosamente.

_Você está sozinha atualmente?

Pedro fez esta pergunta meio acanhado.

_Quer saber se estou namorando?

_É...! Você está?

_Não estou. E você?

_Eu terminei há pouco tempo, e agora estou só.

_Que bom!

_Bom? Por que?

_Chegue mais próximo de mim.

Disse Isabel com o brilho nos olhos de sempre.

_Seus olhos são fascinantes!

Pedro falou baixinho.

Neste momento os seus lábios se encontraram num momento de muito amor.

No sábado pela manhã Pedro acordou alegre bem disposto e saiu para jogar uma ‘pelada’ com os amigos e quando descansavam Pedro comentou com Samuel e Maurício:

_Conheci uma pessoa fantástica há uma semana.

_Nós conhecemos?

Perguntou Samuel.

_Não, vocês não conhecem. Ela não é daqui.

_E como ela é?

Disse Samuel, curioso.

_Ela é linda, e super legal.

_Sem querer ser chato, quando vai nos apresentar?

Falou Samuel com um sorriso safado.

_Eu não deveria fazer isso, mas talvez sexta ou sábado, não sei. Vou ligar para ela depois e dizer que quero vê-la.

_Pedro, não leve a mal, mas acho que você está ‘caidão’ por ela, não está não?

Comentou Maurício dando uma tapinha nas costas de Pedro.

_Pra falar a verdade, estou sim, viu!

Pedro desabafou sorrindo.

Quando acabara de anoitecer, Isabel ligou para Pedro:

_Oi Pedro!

_Como você está?

_Estou ótima. Preciso conversar com você, pode ser agora?

_Claro, onde?

_Te espero no bar, daqui à uma hora.

_Ta bom. Tchau!

_Tchau!

Quando Pedro chegou no bar Isabel já estava lhe esperando. Beijou-o com muita vontade, e convidou-o que sentasse. Respirou fundo e disse:

_Estou realmente apaixonada por você, mas tenho que ir embora amanhã.

_Mas por que? Fique, por favor!

_Não posso, mas se quiser pode vir comigo.

_Como assim?

_Se quiser, tem lugar para você na minha casa, eu moro sozinha.

_Onde é mesmo que você mora?

_Em Curitiba.

_Será que consigo um emprego pra mim lá?

_Quanto a isso pode ficar despreocupado.

_Sendo assim eu vou com você.

No outro dia, eles partiram sem avisar ninguém. Pedro só pediu a um amigo que cuidasse dos seus pertences, de sua casa.

Chegando ao apartamento de Isabel, (Pedro se surpreendeu ao ver que ela era muito rica), pois era enorme, muito bem decorado e ficava numa boa localização na cidade.

Pedro voltando-se para Isabel disse:

_Você não me disse que era rica.

_Faz alguma diferença?

_Bom, na verdade não, mas podia ter me contado.

_Por eu ser rica, já me apareceram muitos homens interessados no meu dinheiro, não em mim. E você foi o primeiro que se interessou realmente pela minha pessoa, fico muito feliz por você.

_Onde você trabalha?

_Aqui mesmo, eu pinto quadros.

_ Foi você que pintou estes quadros que estão na parede?

_Foi sim.

_São lindos. Você deve ganhar uma nota preta por cada um deles.

_Alguns eu vendo, mas na maioria das vezes eu faço doações para entidades, meu pai é quem me sustenta. A pintura para mim na verdade, é um laser.

_Mudando de assunto, onde posso conseguir emprego?

_O que sabe fazer?

_Qualquer coisa!

_Na verdade você não sabe nada, não é mesmo? Têm experiência na carteira em alguma coisa?

_Não.

_Então eu quero que você aprenda primeiro. Que tal fazer alguns cursos. Preparar-se para o vestibular. Você pode até fazer um curso de pintura, que tal?

_Acho que eu sou bom nisso, pois eu estava trabalhando coincidentemente como pintor, mas não artístico como você.

_Que bom, sendo assim você deve ficar mais motivado.

_Pode ter certeza, não se arrependerá de estar me apoiando.

_Tenho o prazer nisso.

_Mas como vou pagar o curso?

_Não se preocupe com essas futilidades. Meu pai é realmente muito rico, só o que ganho de mesada, dá para nos sustentar durante meses.

_Já que é assim. Eu aceito fazer tudo isso com muita dedicação.

Em quanto Pedro estudava em Curitiba, Maria dava duro em Belo Horizonte. Antônio voltara de sua viagem e Maria para seu antigo posto, embora seu salário continuasse muito bom.

Maria resolveu ligar para Pedro, mas a ligação nunca que completava. Ligou então para Samuel:

_Oi Samuel.

_Oi, quem fala?

_É a Maria.

_Oi. Você sumiu.

_Que nada. Sabe se o telefone do Pedro mudou. Eu liguei pra ele várias vezes e a ligação não completa?

_Não. O Pedro é quem se mudou.

_Mudou? Pra onde?

_Foi morar em Curitiba. Encontrou uma pessoa super legal que está o apoiando a vencer na vida.

_Você poderia me dar o número do telefone de onde ele está.

_Eu não tenho, foi ele que me ligou e não quis me dar o número, exatamente pra que não o passasse para você.

_Então, se você tiver notícias dele você me conta, ta. Tchau!

_Falou, tchau.

Maria sentiu muitos ciúmes ao saber que Pedro tinha alguém, e arrependeu-se de tudo o havia dito a ele.

Muito tempo se passou. Pedro se casou e se tornou um pintor, como Isabel e ainda continuava estudando, fazia advocacia. Maria ainda no mesmo emprego, levando uma vida normal. Apesar de ter tido vários namorados depois de Pedro, ainda estava com ele na lembrança e não conseguiu se casar com outro, embora soubesse que ele havia se casado com outra.

As coisas se inverteram, pois Maria agora sofre por Pedro que antes sofria por ela que antes não o queria.

Maria conseguiu esquecer Pedro por uns dias depois que conheceu Carlos Alberto. O encontro casual aconteceu dentro de um ônibus:

_Oi! Qual o seu nome?

_Maria. E o seu?

_Alberto, Carlos Alberto.

_Você é engraçado!

_Você acha, é!

_Mudando de assunto. Você trabalha onde?

_Eu trabalho como autônomo.

_Que negócio você administra?

_Um restaurante. Você deve conhece-lo.

_Qual, o nome dele?

_ “Sirva-se à vontade”.

_Ah! Conheço sim, vou lá sempre, mas nunca o vi por lá.

_Quase não fico lá. Vou lá de vez em quando, só pra ver como andam as coisas. Meu ponto é logo ali, qual o número do seu telefone, talvez a gente possa sair depois.

Maria ficou admirada com aquele rapaz, e entregando um papel com o número de seu telefone se despediu:

_Então você me liga depois. Está aqui o número. Tchau.

Chegando em seu emprego, Maria ficou pensativa por um instante. Lembrava de Pedro, mas logo esquecia. Pensava que podia construir uma família e viver feliz sem preocupações.

Na noite do mesmo dia, Maria recebeu um telefonema:

_Alô, quem fala?

_Com quem quer falar?

_Com Maria.

_Pois não.

_Não reconhece minha voz?

_Não.

_Também pudera, você me conheceu hoje. É o Carlos quem fala.

_Oi! Tudo bem?

_Tudo. O que está fazendo.

_Nada, e você?

_Quer tomar um drinque?

_Mas, há essa hora? Em plena quarta-feira.

_Qual o problema?

_Nenhum, só que não posso demorar muito. Tenho que trabalhar amanhã cedo.

_A que horas eu passo aí?

_Você sabe onde é a minha casa?

_Não, mas se quiser me dar o endereço.

_Não, prefiro marcar um lugar para nos encontrarmos. Que tal na pizzaria “Central-Pizza?".

_Tudo bem. Mas a que horas mesmo?

_Às nove. Está bom para você.

_Está. Então até às nove. Tchau!

_Tchau.

Maria não se sentia muito confortável com aquela situação, tinha acabado de conhecer Carlos, não queria sair sozinha com ele, mas queria encontrar alguém com quem pudesse levar algo sério, estava a fim de distrair, esquecer Pedro de vez.

Depois de se convencer disso, ela foi ao encontro. Afinal, ela precisava se distrair, fazer novas amizades.

Enquanto Maria se apaixonava por Carlos, Pedro que estava vivendo em Curitiba, passava por momentos ilustres como pintor, mas seu casamento mergulhava numa amizade profunda, Isabel e Pedro chegaram numa conclusão que seriam melhores como amigos e decidiram se separar.

Pedro continuava estudando e a pintar quadros e vende-los a bons preços. Num determinado dia Pedro resolveu fazer uma viagem e abandonou tudo, inclusive sua profissão, mas era só por um tempo. Pegou alguns documentos, cartões de créditos, talões de cheque e algumas tralhas e jogou tudo numa mochila de ‘camping’. Pegou sua moto e também a estrada.

Alguns dias se passaram - (Pedro não havia avisado ninguém de sua viagem a não ser o vigia do prédio onde estava morando) - ele estava muito longe de casa, numa cidadezinha do interior do Amapá, onde fez amizades, se envolveu com mulheres, tudo isso em apenas três dias. Depois, partiu de volta para Curitiba.

Passados algum tempo, Maria se casou e Pedro veio para Belo Horizonte a passeio, reencontrou seus amigos, saíram para se divertir em rodadas de cerveja e baralho. Pedro estava andando por uma praça quando viu ao longe aquela mulher que um dia amou, Maria também viu aquele homem que ainda amava, quando os dois se cruzaram houve um silêncio, Pedro logo disse:

_Olá! Há quanto tempo.

_Olá! Como você está?

_Vou bem, e você?

_Também estou bem.

Nenhum dos dois tocou no assunto conjugal do outro. Pedro então convidou Maria para tomar um drinque:

_Quer tomar alguma coisa?

_Ta bom! Onde?

_Venha comigo.

Pedro convidou Maria a entrar em sua ‘Mercedes’ que estava estacionada ali perto. Maria ficou surpresa ao ver que Pedro hoje era tudo o que ela esperava que ele fosse há alguns anos atrás, mas agora compreende que tudo isso já não fazia mais sentido, havia crescido muito. Então eles foram a um bar muito chique do centro da cidade, conversaram por algumas horas depois se despediram com brilho em seus olhares, e cada um seguiu seu caminho.

No outro dia Pedro se despediu de seus amigos e voltou para Curitiba mais uma vez.

Chegando a Curitiba, Isabel esperava por Pedro no aeroporto:

_Como soube que estaria aqui?

Perguntou surpreso.

_São as intuições do amor.

Disse Isabel dando um beijo em Pedro.

_Senti a sua falta nesse tempo todo, e não sei se a nossa decisão foi a certa.

_Também senti isso, quero ficar com você.

_Venha comigo para minha casa.

Isabel acompanhou Pedro até a casa dele onde desfrutaram do amor como se fosse a primeira vez.

Mas depois de tudo Pedro ficou confuso com seu pensamento: “eu já não sei quem eu amo, mas Maria se casou. Tentarei me reconciliar com Isabel, pois ela foi mais importante para mim naquele pior momento da minha vida”.

Maria vivia uma vida muito comum e seu marido andava um pouco estranho. Num certo dia ela quis fazer uma surpresa e decidiu ir até o seu restaurante sem avisar. Chegando lá houve uma decepção muito grande, encontrou seu marido com outra mulher e foi para casa chorando muito, se sentindo uma imbecil.

Logo depois Carlos Alberto chegou muito envergonhado e pedia perdão, mas Maria tentou esbofeteá-lo e ele a conteve em meio aos gritos. Depois de muito tempo ela acalmou um pouco e Carlos saiu sem dizer aonde iria e ela foi ao quarto, pegou uma mala muito grande e colocou lá todos os pertences de Carlos e deixou a mala bem próxima à porta da sala. Quando Carlos chegou vendo aquilo pediu a mulher que abrisse a porta, mas ela não deu ouvidos e ele então foi embora, para o seu sítio.

Alguns dias se passaram, Maria e Carlos não se entenderam e se separaram. Um mês depois Carlos se casou com sua amante e Maria ficou muito furiosa por ter se casado com alguém assim.

Em fim, o dia da formatura de Pedro chegou, receberia então o diploma de advogado. Isabel estava muito contente e não desgrudava de Pedro, notava que se amavam muito. Começaram então a dançar e a beber. Foi uma grande festa, mas para a tristeza de todos Isabel sofreu um enfarto durante as comemorações e faleceu a caminho do hospital. O que era para ser uma recordação para o resto da vida como o dia de sua realização, acabou sendo o pior dia de sua vida, em que sua esposa faleceu.

Mesmo depois de alguns dias notava-se seu abatimento, Pedro sentia se muito infeliz. Nada fazia com que ele desse um sorriso sequer. Mas o tempo ia passando e ele era obrigado a esquecer para continuar vivendo, e foi o que tentou fazer, embora muito difícil ele conseguiu depois de uns quatro a cinco meses levar sua vida normal. Voltou a pintar quadros e teve inspiração suficiente para pintar sua melhor obra que se chama: “Isabel”.

Agora como advogado, montou seu próprio escritório, atendia pessoas mais humildes que não podiam pagar um advogado e começou a trabalhar duro, com entusiasmo até se sentir muito bom nisso.

Depois de algum tempo, com experiência suficiente resolveu acertar algumas contas e viajou para Belo Horizonte. Ficou hospedado na casa de Samuel e contou toda a sua história trágica e que estava de volta para processar seu antigo patrão, o Sr. Roberto.

Samuel recordou que há algum tempo atrás Pedro trabalhava sem carteira assinada numa empreiteira e pediu para que assinassem e ao invés disso mandaram lhe embora.

Depois de alguns dias Pedro entrou com o processo e Roberto ao saber disso ficou surpreso, já não se lembrava daquilo e para piorar sua situação, ainda mantinha muitos empregados sem carteira ou pelo menos contrato temporário.

Roberto se assustou ao descobrir que o advogado de acusação era o próprio Pedro, mas estava muito confiante de que o seu advogado resolveria tudo.

Quando o processo chegou no seu final, Roberto foi condenado a três anos de prisão em regime semi-aberto e a pagar indenizações a todos os funcionários e ex-funcionários, inclusive ao próprio Pedro que deverá receber cinqüenta mil aproximadamente por danos materiais e morais.

Quando tudo estava acertado em suas vidas Pedro e Maria se encontraram novamente depois de muito tempo.

Eles ficaram alguns minutos se olhando imóveis como estátuas e de repente de maneira súbita eles ao mesmo instante se abraçaram e se beijaram.

Nos olhos de Pedro começaram a surgir lágrimas da mesma forma que Maria muito emocionada o agarrou com os lábios e disse baixinho:

_Eu sempre o amei, mas não tive a sensatez de descobrir isso em menos tempo.

Pedro ficou calado e depois de um certo tempo ele desabafou:

_Desculpe-me, eu fui covarde e infantil por não ter te perdoado, pois eu também sempre te amei, mas não sabia que me amava.

_Quer ficar comigo?

_Eu estou com você, e sempre estive.

_Eu carrego você no meu coração há muito tempo e sinto-o muito pesado, quero tirar esse peso da minha consciência e viver tudo o que eu não vivi há alguns anos atrás.

_Vamos aproveitar esse momento como adolescentes sem qualquer compromisso formal, vamos viver livremente sem se preocupar com os outros nem com o amanhã, vamos nos preocupar conosco mesmos hoje e agora.

Depois destas últimas palavras os dois saíram daquele lugar para a casa de Pedro onde desfrutaram de um amor intenso e verdadeiro.

Júnio Dâmaso
Enviado por Júnio Dâmaso em 25/07/2006
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