SERTANEJA.

SERTANEJA.

(Zésouza)

Miséria da pobreza, caçava passarinhos pra assar em espeto de pau e vender nos Trens da Leste na estação do ITARERU.

Do trem caiu a revista. Quanto retrato bonito, menina, cada galego. Nunca vi um desses. A filha do agente da estação; mais instruída. É galego americano, em SALVADÔ tem bastante.

Tinha mesmo; a serviço da recém fundada PETROBRAS.

Vô pá SALVADÔ pegá um galego. Escondida no trem. Na estação da CALÇADA encontrou o cafetão. Invisto nesta sertaneja e ganho bom dinheiro. Aceitou roupas e sapatos, se fez de sonsa. Tinha uma meta; quero um galego, quenga não vou sê não. Passou um mês acompanhando o diabo que amassou o pão. Descobriu o hotel dos galegos, tirou plantão na frente. Muitos propuseram passar um instante. Não queria para um instante, queria para toda a vida. Tremeu quando o viu. Catou o galego do olho azul. Ficou, gostou.

Empresario de manutenção de equipamentos, muito rico. Vinha de um casamento fracassado com uma fútil e inútil. Sertaneja bonita, meiga e carinhosa, sem frescuras e dando valor até a um pingo de água. Foi aos poucos, foi crescendo, ela perto dele esbanjava alegria como um sete cascas florido.

Casou foi morar no MICHIGAM. Não esqueceu o sertão. Mandava uns punhados de dólares que no ITARERU se transformavam numa fortuna.

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Zésouza
Enviado por Zésouza em 03/01/2010
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