NOSSOS VELHOS PAIS
Dona Maria era uma senhora cuiabana de mais ou menos uns 70 anos de idade, morava sozinha em uma casa cheia de cômodos vazios e muitas lembranças de seus filhos, de seu companheiro que havia partindo para a casa do Senhor.
Já se contava 10 anos de viuvez, a solidão, porém se fizera mais forte nos últimos dois meses, depois que dona Maria retirou o gesso.
Ela caminhava de um lado para o outro quando percebeu a sua frente uma construção que lembrava uma clínica, entrou sem pestanejar e dirigindo-se a atendente perguntou-lhe:
- Você aqui põe gesso?
- Não, senhora! Respondeu a atendente meio atordoada.
- Obrigada! Disse dona Maria desapontada.
E ela já ia saindo quando um senhor se aproximou e lhe perguntou:
- A senhora está bem?
- Sim! Não! Respondeu dona Maria meio confusa.
- Não entendi? Perguntou o senhor.
- É que eu preciso pôr o gesso.
- A senhora quebrou algum osso? Insistiu o senhor olhando-a examinativamente.
- Não.
- Por favor, explique-se melhor. Quem sabe eu posso ajudá-la!
- Eu não quebrei nada, eu só preciso pôr o gesso para que meus filhos venham me visitar.
- Como assim? Quis saber o Senhor.
- É que eu quebrei a perna recentemente e fiquei quatro meses engessada e meus filhos viam todos os dias me visitar. Depois que eu tire o gesso eles vieram mais alguns dias e agora já faz um mês e vinte e dois dias que eles não me visitam mais.
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Nossos velhos pais reclamam a nossa presença, o nosso carinho, o nosso amor que se reflete em nossos cuidados para com eles.
Quantos de nós temos parentes, conhecidos e amigos mais velhos que estão esquecidos de nossos carinhos, de nossos olhares, de nossos abraços carinhosos, de nós?
O pior não é esquecê-los, o pior é plantarmos isso para colhermos amanhã. Pense nisso!!!