Amélia, que era mulher de verdade

Seu nome era Amélia, tinha os cabelos castanhos, olhos arrendondados pretos, uma boca sensual e um corpo avantajado e belo nos seus 35 anos de idade, tinha 2 filhos, uma menina de 15 anos e um menino de 13 anos. Era casada há 10 anos com o Arquiteto João, ele era um homem simples, não chegava a ser bonito, mas era muito bondoso com a família. Amélia, não gostava de trabalhar, queria mesmo era ser dona de casa e cuidar dos filhos, desde que se casara dedicava-se exclusivamente ao lar. Pela manhã levava as crianças á escola, fazia o café de João, arrumava a casa e ás tardes assistia programas femininos e comprava revistas de fofocas, adorava saber da vida das celebridades, queria o cabelo da fulana, a roupa da ciclana e assim vai.

Seu casamento há anos havia caído na rotina, ela não sabia mais o que era felicidade e estava deprimida.

Amélia, com o passar do tempo começou a se questionar com aquela vida sem graça de dona de casa, só de ver João em sua frente a irritava e as crianças tiravam a paciência. Estava angustiada, enfadada, cansada. Ela se arrependeu de ter casado, vivia um casamento de aparência, fracassado. Seu marido como todos os homens achava normal a apatia da mulher, para ele estava tudo certo, ele lhe dava tudo, comida, roupas, jóias, dinheiro, carro, mas amor mesmo ele não dava.

Amélia esperava todos os dias uma mudança em João, queria que ele a notasse, a fizesse elogios, a amasse com desejo e amor. Lendo uma revista, Amélia decidiu comprar uma lingerie sexy para atiçar o marido e tomou um banho de rosas para ficar cheirosa. João chegou na segunda feira em casa á noite, tudo estava vazio, com exceção de uma música suave que vinha do quarto do casal, subiu e olhou sua mulher com aquele corpo maravilhoso trajada com uma lingerie provocante de cinta liga e salto alto e começou a rir, a cair na gargalhada e Amélia não entendeu, ela queria saber o porquê do riso e João disse que ela parecia uma puta daquele jeito, que estava feia e ela começou a chorar, tomou um banho e foi dormir. Nunca mais Amélia tentou salvar seu casamento. Ela vivia a rotina que matava, que a entendiava, que sufocava seu coração. Estava apática e muito triste. Ela voltara a ser a Amélia de antes, se conformava com aquele casamento. Todos os dias religiosamente vivia a rotina, era uma esposa dedicada e bondosa. Seu marido nem mais a amava direito, chegava em casa á noite, tirava a camisola da esposa, se satisfazia sem se preocupar se ela gostou ou não, Amélia nem ligava mais, olhava para o lado, chorava baixo e dormia e assim foram 6 meses de inferno em sua vida. Ninguém percebia a tristeza de Amélia, ela não se conformava com aquele casamento infeliz, não se sentia amada e nem mulher.

Com o passar do tempo, ela começou a frequentar uma ONG da igreja e lá ela conheceu Adriano, um médico divorciado de 42 anos. Ele era atraente, cabelos escuros, alto, magro e usava óculos que o deixava elegante e com um ar de intelectual. Eles passaram a se conhecer, a sair para conversar, fazer coisas juntos. Aos poucos, Amélia não via a hora de encontrar Adriano, ela se arrumava, se produzia, pedia dinheiro para o marido para comnprar roupas novas, cortou o cabelo, enfim estava mais feliz e mais bonita e seu marido nem sonhava que era ameaçado por outro, pois para ele Amélia era uma mulher ignorante e que só tinha a ele.

Depois de 3 meses encontrando-se com Adriano direto, eles ficaram amigos e trocaram confidências, e então quando Amélia se deu conta estava tendo um caso com o médico, estava apaixonada, estava radiante, enfim estava indo ao motel com um homem que não era seu marido. Ela estava se sentindo amada e mulher, o médico mandava muito bem na cama e não tinha comparação com aquela coisa sem graça que seu marido fazia. Sem falar que Adriano sabia tratar uma mulher e João a via apenas como um brinquedinho.

Amélia estava há 6 meses tendo um caso extra conjugal e não se arrependia. Olhava a cara do seu marido e ria dele, da humilhação que ele a fazia passar, de quando se deitava com ela se achando o cara, mas era horrível seu desempenho sexual, de como a olhava com um ar de desprezo por ela não ter feito uma faculdade e gostar de novelas. Amélia, estava mais dedicada e mais feliz e João achou que ela o venerava e ele sentia-se orgulhoso.

O natal estava se aproximado e Amélia se arrumou lindamente, estava bem diferente. João a olhou com surpresa, ela era um bela mulher e concerteza hoje seria mais um dia que Amélia faria seu jantar, conversaria com ele e o amaria á noite, como sempre foi. Amélia parou olhou nos olhos de joão e disse: __Querido, este papel é o nosso divórcio, estou tendo um caso com um médico há 6 meses, ele é lindo e inteligente e sabe tratar uma mulher e estou apaixonada. Não quero nada seu, só quero minha liberdade e meu direito de amar e ser feliz, as crianças vão morar com a minha mãe, eu vou morar no interior. Minhas malas estão prontas e vou partir agora, durante todos esses anos eu nunca me senti amada e cansei de ser humilhada, portanto não tenho mais nada com você e graças a Deus agora sou sua ex mulher.

João, pasmo e abatido e confuso olhou os papéis, era o divórcio. Então ele havia substimado Amélia, ele ia para o trabalho paquerava as menininhas, tinha suas escapadas no casamento, se sentia HOMEM por ter uma mulher em casa que lavava, passava, cozinha e dormia com ele e cuidava de seus filhos e do lar e se achava o tal por ter seus casinhos por diversão e provar sua macheza. Agora se dava conta dá burrada que havia feito, os sinais que Amélia era infeliz era evidente, depois lembrou-se do episódio da lingerie e sentiu um aperto no coração, ele ia falar algo, mas Amélia o olhou com desprezo e disse Adeus. Ele ia correr atrás dela, mas havia paralisado, estava perdendo não a Amélia, mas a mulher que o amou incondicionalmente, que era mãe de seus filhos, ele estava presteas e enlouquecer, o que faria sem Amélia? ela cuidava de tudo. Depois que Amélia saiu pela porta, ele ficou desolado e começou a chorar como uma criança. Tentou desesperadamente reatar com Amélia durante meses, mas ela dizia que estava feliz que achara o amor de sua vida e não queria mais saber dele. João ficou muito mal, não sabia fazer nada, agora se sentia sozinho e solitário e começou a lembrar de todas as vezes que desprezou sua ex mulher e chorava, não havia mais o que fazer a não ser se conformar que era um homem divorciado com dois filhos e uma ex mulher que já estava casada e grávida de outro.

Seus casinhos acabaram, não se sentia mais homem e sim, um vira lata abandonado. Passando de carro pelas ruas uma placa chamou a sua atenção, dizia sim: "QUEM NÃO DÁ ASSISTÊNCIA, ABRE A CONCORRÊNCIA". Ele leu várias vezes enquanto as lágrimas caíam facilmente pelas suas faces....

Anna Azevedo
Enviado por Anna Azevedo em 30/12/2009
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