ESCOLHAS
Um jovem ganhou um prêmio milionário e resolveu atender a quatro amigos. Chamou os amigos e perguntou o que cada um queria.
- Ana o que você deseja? Perguntou ele a sua amiga.
- Eu quero fazer uma plástica completa. Disse Ana feliz da vida.
- Então assim será escolha o médico, vejam os procedimentos, faça os exames, que eu pago.
- E, você José o que deseja? Disse o jovem tentando adivinhar o pedido do amigo.
- Um carro!!! Berrou eufórico José.
- Tudo bem. Escolha a cor, a marca, os acessórios, o modelo, que eu compro para você.
José não resistiu abraçou e beijou os pés do amigo.
- Que isso rapaz! Para já ou não te dou o carro.
- Sim senhor! Respondeu José se pondo a bater continência para a felicidade de todos os presentes.
- E você Antonio o que quer?
- Uma grana para fazer uma festa daquelas.
- Veja quanta grana precisa e me diga.
Antonio já vislumbrava embriagado pela possibilidade de realizar a festa dos seus sonhos.
E, por fim o jovem perguntou ao seu amigo Daniel, recém-casado o que ele desejava e esse respondeu com simplicidade:
- Uma casa simples, pela qual você pague pouco, e pela qual eu possa te retribuir no futuro.
- Não! Não! Eu faço questão de te dar a casa como um presente de casamento e não aceito não como resposta.
O jovem olhou os amigos por um tempo e como se escolhesse as palavras que iria dizer, propôs:
- Eu gostaria que nos encontrássemos daqui a um ano para saber o que cada um de vocês fizeram com o presente que eu vos dei.
- Mas porque daqui um ano? Perguntou Daniel.
- Por que ele vai curtir seu bocó. Respondeu Antonio.
- Nada disso, eu vou levar minha mãe em uma viagem pelo mundo, já que somos a única família um do outro.
- Para mim tudo bem! Respondeu José.
Ana só sorriu e Daniel fez ares de preocupação.
Depois de um ano, logo após o enterro da mãe do jovem ex-milionário, todos foram chamados a se reunir para falarem de suas vidas.
Ana estava magra, olhos fundos, acabada, era jovem, mas sem viço, vislumbrava-se em seu olhar uma tristeza profunda.
- E, então Ana o que aconteceu com você? Perguntou o jovem.
- Eu me perdi. Fiz a cirurgia, fiquei muito bonita e fui assediada pelo meu chefe, como não cedi perdi o emprego, muitos homens queriam namorar comigo, tive a atenção até de uma revista e acabei aceitando uma proposta e pousei nua. E, agora vivo só, meus pais não aceitaram e minha mãe caiu doente e todo dia me arrependo da plástica que fiz. Você é o culpado! Disse ela apontando o jovem.
- E, você José? Disse o jovem um tanto receoso.
- O carro era lindo e logo descolei umas gatas para andar comigo nele, fiz altas conquistas, porém numa noite bebi além da conta e querendo impressionar uma garota atropelei e matei um senhor, o carro deu perda total, o juiz me sentenciou a ajudar a família do homem com uma cesta básica por mês. Minha vida ficou arruinada. Concordo com Ana, você é o culpado. Se você não tivesse me dado o carro.
- E, você Antonio, por que está tão magro?
- Você me deu a grana e eu fiz a festa, ela entrou para a história foi uma grande orgia, os convidados enlouqueceram e as conseqüências esta aqui diante de você. Peguei AIDS e vou morrer em breve. Eu jamais teria dado a festa se não tivesse o dinheiro...
O jovem olhou para Daniel, mas não ousou perguntar nada. Passado algum tempo ele disse: - Eu esperava que um de vocês pudesse me acolher, mas pelo que vejo estou só.
- Não! Você pode ficar em minha casa. Disse Daniel.
- Mas... Você não vai me acusar?
- Não! Pois tudo que me deu aproveitei muito bem.
- O que aconteceu com você? Perguntou finalmente o jovem.
- Eu comprei a casa simples, porém nós fizemos dela um lar cheio de amor e paz. Um teto para proteger nossa família. Você não sabe, mas já sou pai e todos os dias agradeço o lar que temos. Peço perdão aos amigos presente e as suas dores, mas devo informar-lhes que são os únicos responsáveis pelos seus sofrimentos. José bebeu e dirigiu em alta velocidade por que quis. Teve o carro porque pediu. Ana se desviou por que aceitou a influencia dos outros em sua vida, podia ter sido uma simples modelo, não precisava tirar a roupa. Antonio fez a festa de seus pesadelos e essa entrou para a história não como a melhor coisa, mas como a maior degradação humana já vista. Se quiser pode ir a nossa casa e ficar conosco o tempo que precisar.
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Sempre somos responsáveis pelas escolhas que fazemos, pelos pedidos, somos responsáveis por nossos atos e o que fizermos com os bens que nos são emprestados também responderemos por isso.