O pé de coelho(a)

Rico da noite para o dia. Capaz de escapar das maiores ciladas com a força do pensamento. O nérd que era odiado e desprezado por todos, agora possuía amigos até na política, sem falar da bela loira de olhos azuis, completamente apaixonada por ele.

Isso mesmo, o leitor pode não acreditar, mas Luiz acreditava cegamente nisto, afinal, esta era sua vida.

Naquela noite, a Lua cheia banhava-o com sua luz, envolvendo-o com seus mistérios e sua magia, no momento exato que aquela bela jovem, o encontra chorando devido outra das maldades que seus colegas de trabalho aprontaram com ele para humilhá-lo. No momento exato em que ela sorri e lhe entrega aquele objeto de superstição, sua vida dá uma reviravolta começando com o longo beijo que a moça lhe tasca nos lábios.

A moça era Adriane, e jurava que havia se apaixonado do nada por ele, obra do pé de coelho, acreditava o rapaz.

E as coisas realmente corriam bem, sem apostar na loteria, sua conta bancaria que era de míseros cinqüenta reais, pulou de um dia para o outro para quinhentos mil reais, logo após segurar firme o pé de coelho, a garota despencou em seus braços e lhe deu a maior noitada de sexo selvagem que já teve, no outro dia, fora seqüestrado por engano, e pouco tempo depois a policia aparecera do nada para resgatá-lo.

Tudo estava perfeito. Mas algo aconteceu. Adriane briga com ele, pois o pega na cama com uma prostituta, e vai embora levando o bendito pé de coelho.

A sorte virou azar, perdera tudo, o dinheiro desaparecera, perdera aquela bela garota e levou uma surra de drogados que eram amigos dos seqüestradores.

Desesperado tenta de todas as maneiras convencer Adriane a lhe devolver o pé de coelho, e depois de meses de insistência consegue o pé de coelho em suas mãos e a moça novamente em seus braços.

Adriane diz para ele que amanhã a tarde poderia ir ao banco checar sua conta que acreditava firmemente que seu dinheiro estaria lá de volta.

Dormem juntos após matarem as saudades um do outro e logo de manhã quando Luiz acorda, percebe que sua namorada já não estava mais lá. Onde teria ido?

Lembra-se do que ela disse, e corre até o banco, ela disse à tarde, mas ele acreditando firmemente no seu amuleto vai até lá poucos minutos depois do banco abrir.

Pega o táxi e quando chega à porta do banco, um alvoroço, pessoas se apertando e no meio das pessoas, a policia, e estendido no chão, sua sorte, sua verdadeira sorte.

O pé de coelho se foi? Não. Durante todo este tempo Luiz fora presenteado com sorte, muita sorte, mas infelizmente não ganhara nem um pouquinho de inteligência, pelo menos o suficiente para perceber que sua sorte não vinha do pé de coelho e sim de uma coelha inteira, uma coelha linda dos olhinhos azuis, uma coelha que se chamara Adriane, que neste momento estava toda ensangüentada em frente a o banco devido ao fato de ter reagido aos assaltantes que tentaram levar sua maleta com a quantia de quinhentos mil reais com a qual iria pela segunda vez presentear seu amado.

Coelhinha especial sim, pois fora ele que ouvira os seqüestradores falando sobre pegar Luis e chamara a policia logo depois.

Pobre Luiz perdera seu dinheiro, perdera sua nova vida, e perdera seu amor, sinônimo de grande sorte.

Wilson F de Godoy
Enviado por Wilson F de Godoy em 12/12/2009
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