O TOQUE DE JESUS...
Há mais de 2000 anos a Luz viva se fez presente na Terra, todo ano seu nascimento é lembrado e seus feitos rememorados.
Ele nos ensinou como perdoar, demonstrou que o julgamento deve ser feito por Deus no episódio de Maria Madalena, que devemos atender nossos irmãos espiritual e materialmente exemplo dado por Ele na passagem da multiplicação dos pães e dos peixes, e em muitos outros momentos de sua vida Ele nos ensinou como amar e viver esse amor.
Hoje quero vos falar de um episódio em especial: “A cura do leproso e o toque amoroso de Jesus neste irmão doente e só”.
O leproso se aproximando disse: _ Senhor, cure-me!
E o Senhor perguntou-lhe: _ O que deseja?
_ Ser curado. O Senhor pode me curar? O Senhor quer me curar?
_Sim, eu posso, eu quero. Afirmou Jesus. E isso apenas isso bastaria para que o homem se fizesse curado, mas Jesus o médico das almas esticou a mão e tocou-lhe o corpo.
O doente se emocionou com o gesto amoroso de Jesus, Ele havia tocado seu corpo doente, imundo, ... As lágrimas lavavam seu corpo e balsamizavam as dores de sua alma.
Imaginemos com era a vida desse homem, seu sofrimento, sua profissão, seus amigos, família e outros fatos de sua vida.
Ele era um agricultor, plantava trigo, tinha uma casinha, uma esposa, que se encontrava grávida, tinha sonhos, era uma pessoa com uma vida normal.
Certo dia percebeu o braço meio dormente. Ao chegar em casa para o jantar buscou o jarro com água, assim que encheu a caneca essa despencou de sua mão, o som da água e o barulho da caneca de barro caindo ao chão e se espatifando em pedacinhos, fez com que os corações ali presente se apertasse em dolorosa contração dentro do peito. A esposa levantou-se e correu para junto do esposo cambaleante e examinando o seu braço viu manchas e chorou, abraçando-o com ternura, a criança em seu ventre comprimiu-se. O marido a afastou com doloroso pesar e disse que iria se apresentar no Templo pela manhã para o exame dos sacerdotes.
Temeroso o homem saiu logo cedo e foi diagnosticado pelos sacerdotes como: IMUNDO, portanto a partir daquele momento excluído da sociedade.
Conduzido por homens do Templo até o leprosário, local onde deveria ficar até que se curasse ou morresse, porém para a sociedade e para a vida social este já se encontrava morto. Sua esposa também fora examinada e liberada.
No portão se despediram com mudas palavras e muitas lágrimas, eles tentou toca-la com as pontas dos dedos e ela afastou-se instintivamente, ambos se entreolharam e ela chorou compulsivamente buscando-lhe por entre as grades e ele se afastou compreendendo a sua nova condição.
Durante muitos dias ela levou-lhe comida e por alguns minutos lhe falou, depois de certo tempo ele não conversava mais com ela e por fim ele não quis mais vê-la.
Certo dia ele fugiu, achou que a mendicância na rua e a liberdade de poder olhar mesmo que de longe sua família lhe seria melhor.
Passados cinco anos, ele se deparou com um grupo de crianças alegres que brincavam nos campos próximos a sua antiga casa, levantando-se no meio do trigal para poder observa-las mais de perto, foi por elas notado, três das quatro crianças saíram em desabalada carreira e gritando: _ Imundo! Imundo!
A menininha que ficou, parou, olhou-o e esticando a mão se aproximou dele dizendo: _ Papai! É o senhor?
E vendo os olhos marejados da menina, desesperado percebeu que podia ser sua filha e antes que ela pudesse tocá-lo fugiu em profunda tristeza.
Atormentado, lembrou-se do Messias, das coisas que diziam que Ele fazia, resolveu então procura-lo, pois ele ainda tinha uma família.
Esgueirando-se por entre a multidão se aproximou de Jesus e pediu-lhe para ser curado.
As palavras de Jesus ecoaram em sua alma: “_ Sede Limpo!” e o toque carinhoso do Mestre derrubou as últimas barreiras que represavam suas lágrimas, suas emoções, sua saudade, sua vida estava sendo naquele momento restituída.
Jesus ainda completou dizendo para que buscasse o Templo e oferecesse a oferenda recomendada por Moisés.
Depois de conseguir se acalmar buscou o templo e cumpriu o ritual prescrito. Estava novamente inserido no Livro dos Vivos.
Buscou água fresca para se banhar e limpar as vestes e depois desses cuidados refez o caminho que conduzia ao seu lar, em sua mente buscava rememorar as lembranças doces da esposa, daquela criança que havia visto em dia anterior, que o chamará de pai, seria ela acaso sua filha, não sabia nem se a criança era menino ou menina, mas aquela imagem não lhe saia da memória.
De repente indagou-se a si mesmo: _ O que terá feito minha esposa para sobreviver? E pensamentos horríveis lhe assombraram a mente? Poderia ser prostituta? Ou ter um amante que a sustentasse?
Sem que se apercebesse parou diante da porta de sua casa e viu uma menina sentada em um banco a vestir pequena boneca de pano.
_ O senhor deseja falar com minha mãe? Perguntou a criança.
_ Sim! Balbuciou o homem já temendo o pior.
_ Mãe tem um senhor aqui!
_ Pode entrar a encomenda está sobre a mesa. Respondeu uma voz de mulher dentro da casa.
Ao entrar deparou-se com um pacote.
_ Diga a sua esposa que se acaso ela não gostar do bordado, eu o refazerei! E levantando o olhar, ela deixou cair de suas mãos as linhas e agulhas, e lágrimas rolaram ligeira de seus olhos e quedando-se de joelhos diante daquele homem tão amado e por todos os dias esperado.
Lágrimas, beijos, abraços e louvor ao Deus Único, Senhor da Vida, que lhe devolvia o esposo.
A Menina se aproximou e também abraçou o pai.
Esses abraços foram os toques de amor mais belos, depois do toque amoroso de Jesus, que lhe havia devolvido à vida.
Agradecidos deixaram se ficar ali abraçados por horas.
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Neste natal, mas importante que doarmos alimento e livros será doarmo-nos. Sermos presentes na vida de nossos irmãos.
Abraço pode salvar uma vida.
Abraço pode encorajar um irmão.
Abraço pode igualar os seres.
Abraço é sinal de amizade.
Abraço é um gesto carinhoso.
Abraço é um gesto de AMOR.
Amor é a lição suprema, único caminho que nos conduz ao Pai, única ação que modifica tudo a nossa volta, é a centelha brilhante de Deus viva em nós.
Abrace alguém, abrace seus filhos, amigos, companheiros, irmãos, vizinhos, e não se esqueça que só o Amor enlaça os seres verdadeiramente.
OBS.: Esse conto é baseado numa história que ouvi de um irmão evangélico, que leu em um livro de Marx Lucato, não encontrei o livro nem a história, mas refiz de memória a história que ouvi, e se por acaso alguém souber a fonte avise. Espero que gostem da história que nesta epoca natalina nos faz pensar sobre como devemos nos portar diante da vida e de suas situações.