XXII - REENCARNAÇÃO
Cláudio amava profundamente o pai José, que morrerá aos 60 anos de câncer. Cláudio já era pai e esperava ansioso o nascimento de seu neto Augusto, porém quando esse nasceu, logo se observou um defeito de formação. Augusto o neto querido e esperado nascerá sem uma das pernas. Cláudio apenas o viu no dia que nascerá e nunca mais quis saber do neto. Sua esposa o implorava para ir ver a criança que crescia, mas ele não aceitava que seu neto pudesse ser um aleijado.
Augusto estava com 5 anos e seus pais Ana e Felipe que no principio queriam vários filhos resolveram abrir mão de outros filhos e de muitos outros planos para se dedicarem com abnegado amor ao pequeno Augusto. Eles lutavam para conseguir uma prótese para o menino, por várias vezes Ana havia pedido ao pai, que se negava mesmo a falar com ela.
Certa vez Ana muito triste, disse ao pai.
_O senhor ainda vai chorar lágrimas de sangue por conta dessa sua ignorância!
_Meu dinheiro, não darei a aleijado nenhum! Gritou ele enquanto Ana saia chorando da casa paterna.
Sua mãe Dona Júlia sempre que podia ia visitar o neto e levar-lhe vários presentes e seu carinho.
Júlia era uma mulher sensível e muito conhecida na sociedade e graças aos seus conhecimentos ela conseguiu a prótese para o neto.
Já com 20 anos de idade Augusto estudava medicina para alegria dos pais. Mesmo com o avançar da idade e a solidão deixada pela ausência de Dona Júlia o velho Cláudio permanecia o mesmo. Agora além de reclamar do neto aleijado, reclamava dos netos bastardos, pois Ana e Felipe assim que perceberam que Augusto era independente e auto confiante, adotaram três crianças: Sandra, Ana Maria e Antônio, todos os três órfãos e irmãos.
Augusto agora médico atendia num dos maiores hospitais de uma grande capital, apesar da deficiência era amoroso e simpático com todos, aumentando assim a lista de pacientes.
Passado alguns anos chegou em seu consultório um senhor muito doente, conduzido por uma enfermeira de modos rudes, pelo nome Augusto percebeu tratar-se do avô e assim foi duas vezes mais desvelado nos cuidados para com o doente.
Internado seu Cláudio recebeu a visita da filha e era só elogio ao médico Augusto.
A filha teve uma crise de risos, e disse:
_Papai, esse é Augusto seu neto!
_Não pode ser, ele não é aleijado.
_Sou sim, vovô! Só que a prótese é muito boa, a melhor que a medicina pode inventar.
_Meu neto me perdoe!
_Não há nada a perdoar! Agradeço a Deus a oportunidade de lhe ajudar.
Depois dessa conversa Cláudio quis conhecer os demais netos e pedir desculpas a todos. Prevendo a morte próxima chamou o tabelião e destinou 50% de sua herança ao neto Augusto e o restante para sua filha, que apesar de filha de homem rico sempre vivera com simplicidade e poucas posses.
Passado alguns meses Cláudio desencarnou, depois de certo tempo de reabilitação no plano espiritual veio a saber que Augusto era a reencarnação de seu amado pai José, que solicitará a Deus a oportunidade de lhe ensinar as verdades sublimes da vida, pois se sentia em débito como pai. Achava que não havia lhe ensinado o verdadeiro sentido do bem e do amor ao próximo.
Sua tristeza e arrependimento eram profundos e lamentáveis, porém ele se propunha a reajustar-se assim que Deus o permitisse gostaria de sentir na pele tudo que fizera Augusto passar.
Sua deficiência foi providenciada para que você se sensibilizasse com a dor alheia e assim ajudasse os outros a viverem melhor.
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Todos aqueles que chegam em nosso círculo familiar de alguma forma são nossos irmãos credores ou devedores, que nos vem cobrar ou pagar as dívidas, recebamos a todos com nosso coração aberto.
Muitos espíritos que nos são caros pedem permissão para vim nos ajudar em nossa jornada, muitas vezes se colocam nas posições mais simples e humildes.
E como é triste o nosso arrependimento ao depararmos no plano espiritual com esses nossos entes queridos, que muitas vezes desprezamos e tratamos mal.
A reencarnação é benção e oportunidade de reparação de nossas faltas, além de podermos melhorar enquanto espíritos imortais que somos.
É um presente da Misericórdia Divina.