XXI - O PEDIDO

Ana Maria nobre senhora que pedia todas as noites a benção da riqueza para ajudar os muitos miseráveis a sua volta.

Certa noite a sua prece foi recheada de sentimentos e assim alçou vôos tão altos que chegou ao ouvido do senhor e então ele disse ao encarregado.

_Acaso ouvem essa prece?

_Sim, senhor! Ouço esse mesmo pedido há anos!

_Então, porque ainda não atendeu?

_Porque nunca me pareceu tão nobre, como hoje!

_Vais atender? Pergunta o Senhor.

_Sim vou!

_Tudo bem! Diz o Senhor virando-se tristemente.

O encarregado tendo recebido a anuência divina, vai providenciar a riqueza a nobre senhora para que esta pudesse atender os irmãos em necessidade (doentes, desempregados, carentes, órfãos, etc...).

Da noite para o dia Ana Maria se tornou rica e buscou atender as necessidades que tinha:

1º Comprou uma casa nova, pois a sua já não era tão boa para a sua nova posição social;

2º Procurou viajar o mundo, pois não conhecia nada, e precisava se instruir;

3º Comprou um novo carro, mas só um não lhe era suficiente, afinal de contas eram tantos carros diferentes, de diferentes marcas, modelos e cores, ela resolveu conhecer cada um, saber como funcionavam;

4º Precisava estudar línguas, falar bem o inglês, o francês, o italiano, o alemão para melhor conhecer o mundo;

5º Precisava comprar roupas finas, de grifes, com estilo, não podia mais vestir as roupas feitas por sua velha costureira;

6º Precisava de sapatos novos e de marcas famosas, afinal de contas seus pés mereciam serem bem tratados;

7º Precisava dar festas, fazer parte da sociedade, ser notada, ver e ser vista;

8º Precisava comprar as colunas sociais de vários jornais, para estar presente na sociedade, era preciso demarcar o seu território;

9º Precisava contribuir para as campanhas a presidência, ao governo, a prefeitura para gozar de influencia entre os poderosos da Terra;

10º Precisava se casar e não podia ser com um velho, era preciso ser jovem, bonito, para ser exibido pelos salões da vida pública de socialite bem sucedida;

11º Enfim precisava muito atender seus caprichos, desejos e prazeres para se lembrar da promessa feita a Deus.

Para a igreja mandava apenas o dizimo obrigatório sem nem ao menos comparecer à casa do Senhor.

No céu o encarregado se entristecerá e fora ter com Deus.

_ Senhor! Onde falhei?

_ Em nada. Foi ela quem falhou e eu só lhe permiti que atendesse essa irmã para lhe ensinar uma lição: “Todo aquele que quer fazer o bem, o faz com os recursos que tem”.

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Muitas vezes os mentores, amigos e irmãos sem a devida compreensão do todo fazem o possível e muitas vezes mais que o possível para resolver problemas de ordem evolutiva, ou seja, que só melhoram com o passar dos anos.

Graças devemos dar pela infinita misericórdia e paciência divina que a cada erro nosso nos concede mais uma chance.

Sempre nós podemos dar algo para alguém, um sorriso, uma palavra, um gesto de carinho, um pedaço de pão, um abraço, um beijo, podemos ainda repartir os nossos bens, mas nada chegara perto das bênçãos que Deus nos dá todos os dias de nossa existência.

Ninguém pede ao Pai a oportunidade de melhor servi-lo, ninguém pede ao Pai força para vencer suas próprias mazelas, será que são esses pedidos que estão errados ou será que é o nosso coração que não amadureceu o suficiente?

Sim, somos nós que ainda caminhamos centrados no mal, nas más ações, no nosso egoísmo, olhamos sempre e primeiro nós mesmos e depois se sobrar tempo o outro.

Lembre-se: “O sorriso vale muito e não custa nada; enriquece quem o recebe, sem empobrecer quem o dá; não dura mais que um instante, mas sua lembrança permanece eternamente; ninguém é tão rico que não pode receber e nem tão pobre que não possa dar.”

Essa história se baseia na história real de uma ganhadora da loteria, que queria muito ganhar para ajudar os pobres a sua volta.

Todo o pedido atendido gera novas responsabilidades. Tenhamos cuidado com aquilo que desejarmos!