A VIDA...!!!

 
Por muito tempo lutei contra o desespero de me ver viúva,  e   se  não   fosse a energia dos  meus familiares, não sei o que teria acontecido. Estava me  entregando  a  uma  angústia   que  já estava me prejudicando.Tudo tinha acabado, tinha de assumir  a realidade,a vida continua, essa foi a vontade de DEUS.
Todos nós,  neste  mundo  enrugado  de  lágrimas, sentimos   o  latejar  do  anseio que nos devora os sentidos quando empobrecem às nossas forças.

Que  viria  para  mim,  depois  de  tudo  que   tinha passado?  Minha mente já estava alerta, indiferente ao que de ruim ou bom sucedesse.Havia de maneira animadora e positiva a existência dos  meus  filhos,  e  isso  era  o  sol  a  iluminar  a escuridão do meu futuro.Minha vida, teve o seu desenrolar comum  a  outras vidas. ALEGRIAS, POMPAS, DECEPÇÕES, INJUSTIÇAS...Ressalto nela uma especial dádiva de Deus.É que jamais esmoreci ou fracassei no que quer que fosse. Como a árvore atingida por vários vendavais, sacudo  os galhos, sufoco as violências, avanço incólume e sem animosidades.

Tive orgulho?   Sim, tive orgulho dos meus filhos, sua honradez, capacidade de trabalho e devotamento a mim que os amo logo depois de Deus.Todos nós, certamente, no correr da vida, recebemos de Deus um grande presente, como a alegria para compensar as tristezas inevitáveis. De fato enfrentei os perigos de labaredas em favor do que me competia defender. Sou e serei até o fim uma mulher sem covardia, resistente e corajosa, no entanto sofri insolências sem reagir, por parte dos parentes do meu marido depois de falecido.

Tôdos nós, seres viventes, quardamos num cantinho do cérebro recordações do nosso passado. As que nela marcaram um acontecimento, que feriu mais forte a minha sensíbilidade, eu as tenho arquivadas. Temos de ser fortes nas transformações da vida para a ALEGRIA ou TRISTEZA e julgar sempre que há outras piores!
Olhei para as flores e pensei na rotina da vida, aquelas folhas, como acontece com o ser humano, em breve envelheceriam, cairiam ao chão e o vento as arremessaria para o vazio, o nada.

Que adiantaria recordar que foram lindas! Tudo na vida nos mostra exemplos. O ser humano nasce inocente, apenas interessado pelo leite materno, que lhe dará a vida, amando a mãe na inocência sem ambições. Crescido passa a ter outros amores e pouco a pouco vai esquecendo a mãe que adorava, a notar-lhe defeitos, a se deixar influenciar ingratamente. O fluxo de pensamentos se interrompe e reconheço, eu sempre estou só. Odeio estar sózinha...

Aprendi que há muitas mulheres como eu, milhares e milhares de nós, criadas de um modo tal que nos impossibilita encarar a realidade. Logo descobrimos, contudo, que a liberdade assusta. Porque as mulheres não estão acostumadas a enfrentar o medo e ultrapassá-lo. Desde pequenas fomos ensinadas a só fazer as coisas que nos permitissem, sentirmo-nos seguras e protegidas. O fato é que não fomos jamais treinadas a liberdade. Por muito tempo enganei a mim e aos outros com um tipo sofisticado de pseudo-independência.

E essa independência, aconteceu quando perdir o meu marido. Uma série de eventos levou-me à conscientização de sentimentos jamais reconhecidos antes, sentimentos de incompetência tão ameaçadores à minha segurança. Isto é, quando as exigências da vida começaram a assumir uma corporeidade real. Viúva com filhos pequenos, a criá-los sózinha, eu estava em um mundo novo.

Mudamo-nos para uma cidade grande. Eu conhecera um homem que parecia ser um companheiro perfeito; estável, inteligênte e incrivelmente engraçado. Em minha nova euforia de vida nova, acreditei que seria fácil viver à vida; o que não foi.Sem qualquer decisão consciente ou reconhecimento do fato, minha vida mudou radicalmente. Até então, todos os dias eu passava horas pensando o que fazer. O tempo parecia voar...

Que mulher liberada poderia imaginar uma coisa dessas? No momento em que a oportunidade de encostar-me em alguém se apresentou, parei de mover-me para a frente. Não decidia mais nada, não ia a lugar algum, nem mesmo para ver amigos. Como SIMONE DE BEAUVOIR, observou tão astutamente há mais de um quarto de século, as mulheres aceitam o papel de submissas "para evitar a tensão decorrente da construção de uma existência autêntica." Evitar essa tensão tornara-se meu objetivo oculto.

Em todos os momentos de minha vida em que mais me sentir amedrontada e solitária, vi-me compelida a escrever. Quem sabe se, descrevendo minhas esperiências, não descobriria outras pessoas como eu? O fato de que as coisas para mim, não eram mais traqüilas, pois já não existia mais um apoio; agora se mostrava nebuloso, assustador. Uma sensação pouco nítida, mas certamente presente, estava acontecendo, mas nem eu sabia do que se tratava, acho que eu estava "apaixonada", como as adolescentes.

Mas, tinha medo; o que um psiquiatra rapidamente reconheceria como sendo uma "medida contrafóbica", a concha que disfarça o medo e a insegurança.Alguma coisa estava sabotando minha autoconfiança, originando profunda confusão com relação ao que "eu" era, ao que pretendia fazer de minha vida, e o que significava ser mulher. Naturalmente, nada disso foi percebido, pelo receptor.

Com o fim do meu relacionamento veio a fobia, mal conseguia caminhar pelas ruas. A súbita trasnformação de minha vida nova, deixou-me confusa. Revendo tudo agora, parece-me claro sempre ter existido sinais de uma potencial devastadora falta de meu "eu interno" e meu "eu externo" O externo era forte e independente, o interno era um mar de dúvidas e auto-acusações. O que estava acontecendo comigo? O primeiro homem da minha vida, meu marido, não podia cuidar de mim, porque estava morto. O segundo homem da minha vida, recusou-se a cuidar de mim.

O fato de não conseguir ajustá-lo a minhas velhas idéias preconcebidas sobre o que um homem "deveria" fazer, criou um impasse psicológico, o qual, muito posteriormente, levou-me a modificar algumas atitudes destrutivas. Talvez tenha desenvolvido uma veia de autodesprezo tão aguda e profundo.No entanto tais fatos aconteceram, duvidando de minha inteligência.

Duvidando de meus atrativos sexuais. Veja, ai estava o maldito duplo vínculo; não confiar em minha capacidade de vencer no mundo sózinha, e igualmente, duvidando de minha própria capacidade de ser bem sucedida no papel de mãe, de profissional  e de seduzir o homem da minha paixão. As vezes ficava confusa, sentindo-me incapaz de reconhecer o terreno que pisava. Durante todos aqueles anos em que fiz as coisas "certas", ocultei de mim mesma a pessoa que eu era.

Ás vezes é mais fácil enfrentar um desafio externo, uma crise ou uma tragédia, do que responder ao desafio que vem de dentro de nós.Eu sempre, vou me considerar uma lutadora, alguém que, se convocada à batalha, atirar-se-ia à lama do campo intrepidamente.Houvera ocasiões que tinha requerido coragem e firmeza e eu vencera!Logo após a dissolução de meu romance, tomei algumas decisões, esquecer a paixão enloquecida.Apredi, que neste mundo há coisas sobre as quais não temos controle.

Ao mesmo tempo coexistia em mim uma parte, secreta e bem oculta, que sentia pena de mim. Passar da condição de "viuva", para a de apaixonada. Recomecei a namorar como adolescente, não tinha idéia de que tipo de homem me interessava. Comportava-me como adolescente ao escolher um namorado: este era engraçado, aquele era sério e altivo, o outro era sexy, mas atrevido demais. Sentia-me como uma menina de quinze anos presa dentro do corpo de uma mulher de mais de trinta anos. Passei a me cuidar melhor na aparencia, pois o fato de estar sózinha não me preocupava muito.

Os homens também se assustavam com a minha intelectualidade, pois era formada em psicologia. Durante os primeiros anos, nunca avaliei as realidades financeiras de minha vida, jamais elaborei algum plano que ajudasse a estabilizar minha situação. Tal como uma avestruz, mantinha minha cabeça firmemente enterrada na areia, com os olhos serrados, torcendo para que "tudo desse certo". A dura realidade se impingia á medida que as contas mensais tinham de ser pagas, mas a isso eu reagia com passividade.

Por outro lado, estava convencida de não querer casar-me de novo. Não encontrava força necessária para combater essa avassadora necessidade de dependência. Vivia dentro dos limites rígidos que me impediam de fazer aquilo que desejava. Psicologicamente falando, o problema abrangia mais do que meros sentimentos. Nesse ponto eu começara a perceber que alguma coisa em mim tinha mudado," eu não tinha ninguém para cuidar de mim; eu não precisava de ninguém".

"EU CUIDO DE MIM", proferir essas palavras, e com sinceridade...!!! Quanta presunção! Seria quase como igualar-me aos DEUSES. Admitir isso seria renunciar a todos os resíduos do desamparo que reivindicava ajuda. Infelizmente, é impossível ficar sentado e andar ao mesmo tempo. Minha vida tornou-se ainda mais restrita. Aprendi as formas mais trapaceiras de evitação. Não passeava e nem aceitava convites de amigos. Tornei-me uma borboleta anti-social.

Por que as mulheres tem tanto mêdo, da vida sozinha??? Se não sair e agir, permanecerá para sempre temerosa dos negócios e do mundo.Um certo ano, conheci um homem, que veio mudar completamente minha vida, ele estrangeiro, espirita, místico, poeta, escritor e intelectual. Conhecia toda a Europa, e vivera anos no Sul, escrevia lindas poesias dedicadas a mim, achei-o fascinante. Não coloquei o meu destino em suas mãos, porque ele era apenas um amigo amante. Mas, estava bastante envolvida com a sua pessoa. E ele se dizendo apaixonado.

Nos amamos por um certo tempo! Com ele, apredir muito.Aprendir a ser independente, a ver o mundo como ele é, aprendir tudo aquilo que não sabia. Aprendir a ler bons livros, a  escrever minhas memórias,pois já escrevia poesias desde os doze anos! O meu relacionamento com ele, foi uma grande lição de vida, agradeço muito.O amarei por toda a vida...Então, o meu mundo se transformou, já via diferente não era mais aquele cheio de problemas. Aprendir a viver nele de outra maneira.Ele foi um "guru" da minha vida, um pai, um amigo.Hoje a vida continua, e posso dizer que sou muito feliz!

A cada passo, observo um andar ligeiro e passageiro. A vida, nos mostra a cada momento um exemplo de vivencia. Observo a vida, sempre a cada passo que dou, e vejo como é difícil vivê-la. Mas, vivê-la com grande amor, nos deixa mais livres para encarar passo a passo a realidade. No momento estou feliz, e vejo que a felicidade é uma amiga acolhedora e confortadora, pois nos dar uma tranqüilidade acolhedora. O tempo passa e nos mostra a cada momento, coisas mais visíveis aos nossos olhos..............continua...no meu livro......!!!!

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["DEDICO ESTES ESCRITOS AS MULHERES QUE FICARAM SÓZINHAS COMO EU, E QUE LUTARAM PARA VENCER, TODOS OS OBSTÁCULOS"] ESTES ESCRITOS SÃO APENAS UM RESUMO DO MEU LIVRO QUE JÁ FOI PUBLICADO E ESGOTADO...MUITOS FORAM PRESENTEADOS... E COM CERTEZA FOI UMA GRANDE AUTO AJUDA...FICA COM DEUS!

[Autora: LIANATINS]
Lianatins
Enviado por Lianatins em 01/12/2009
Reeditado em 07/02/2017
Código do texto: T1954876
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