O amor morre!

Por Luciana Maximo e Tatiana Neves

Era de tarde, por volta de 12h50. O calor tomava os espaços. Vários convites para praia, churrasco e amigos. Preferi redigir umas ideias bastante paradoxais e de repente tão marginal como eu, Taty entra no bate papo virtual e o assunto: um amor que morre.

Começamos a tricotar ali quando eu lhe passo o endereço de um site de poesias e ela rapidamente me diz que não tem mais inspiração por hora. Pois o que a motivava redigir se foi, e como num funeral patético e mórbido ela não tinha ingredientes para compor nenhuma poesia.

Foi então que lhe fiz um desafio. A instiguei com umas metáforas bem radicais. Ela me acusara de marginal sim.

Os versos a seguir em prosa são extraídos de duas mentes doentes e tristes pelo fim de dois amores que morreram após secar, como uma planta sem uma gota d'agua.

Como uma planta, o amor morre, senão a regarmos faltará água, a raiz vai secar. O que nos movimenta é a paixão para tal delito grave contra nosso orgulho. Sem isso nada precisa ser violado, foi o que houve, no meu caso disse taty.

_ ela viu em mim não mais a menina de outrora, chegou a dizer cadê você? Sucumbiu em delírios de ciúmes quando percebeu não ser mais o alvo de minhas ilusões.

De repente alguém me diz que sou marginal poeta e mereço este título. Atraio para mim marginais famintos, flagelados, moribundos.

E ainda para ressaltar que sou realmente esse marginal afirmo: acho que há usurpadores que sugam a minha essência, gostam de estar comigo e serem tratados com indiferença. É, o pior é que talvez você atraia isso, ratifica Taty, e eu digo que gostam do gueto do nada... sim sim!

Afinal você é poeta marginal... ela me lembra novamente. Eu digo sim: me entrego ao gueto do nada, sempre. Quem mais você queria que se aproximasse senão os marginais, famintos, degenerados...?

Ora ora, sou marginal sim e os hospedo. As regras não me excitam e, as rimas me dão nos nervos, prego a imperfeição em estrofes desarticuladas...

Então estes marginais degenerados vão tentar cometer seus crimes sórdidos de amor com você, me assusta essa afirmação de Taty. Marginais aflitos em busca de cachimbos sujos que para eles será a única a quem não deverão nada mais tarde. Nossa que coisa dantesca. Saber que me encontro em noites intermináveis com famigerados, moribundos.

Permito-me receber fatia tão desagradável de amores tão fragmentados? Sim, responde-me segura.

Porque simplesmente você os permite ser e se coloca como igual. Então não há crime se não houve traição, não haverá traição. Nunca ouve crime!

Você nunca foi outra coisa senão o próprio crime, acusa-me! E o pior nem é ser o próprio crime, é não ter flagrante algum, não haver provas, não ter nada. Por isso sempre há o retorno. Nem hipótese alguma como pistas nesse inquérito mentiroso que eu taxei de amor...

Eu apesar de corpo presente, não mais ali estava. Apesar do desejo pungente criado pelos longos anos de espera não mais a desejava. O que me sorria antes era o dia em seu rosto, agora o que via era noite opaca de sonhos formosos entregues ao desamor.

Então posso aqui afirmar caros amigos

O amor morre, não mata!

Lu Maximo
Enviado por Lu Maximo em 29/11/2009
Código do texto: T1950902
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