Pamonha (miniconto)
O grãos amarelo ouro destacam sobre o verde. A plantaçâo ondula ao vento. As melhores espigas devem ser colhidas. Crianças, jovens, e adultos carregam cestas de vime e colhem as espigas maiores. A conversa quebra o silêncio. Na cozinha o fogão a lenha já esta acesso. A palha é retirada. Mãos habilidosas cortam as palhas em retangulhos. Mulheres costuram a palha em forma de saquinhos. Enquanto isso, o milho verde é ralado, espremido, peneirado. Um sanfoneiro anima o trabalho. Todos riem, cantam e se divertem. Ao leite do milho as mulheres acrescentam açucar, canela. O creme do milho é colocado em cada saquinho e amarrado com fitilho da própria palha para ser cozido. E, todos arregaçam as mangas para limpar a cozinha. A sujeira é grande! Alegria sobrepõe o cansaço. A conversa extrapola os decibéis permitidos. Tudo é festa. Fazer pamonha é uma maneira de relaxar e colocar o papo em dia. As mulheres fofocam e trocam receitas. Os homens falam dos insumos, máquinas agrícolhas, futebol e de alguma mulher bonita que circula pela vizinhança. As crianças sentadas em círculos escutam as história dos mortos-vivos. Os jovens contam dos sonhos, das paqueras ...Nesse bate papo a Joana discute com Amália. Rola um clima pesado. A turma do deixe disso resolve o problema entre as duas. Fazer pamonha é mais do que cozinhar o milho é fazer uma catarse. Pamonhas prontas arrumadas nas peneiras. Agora é so saborear e continuar a festa.
Sua vida é seu tempo ! A família reunida é uma nostalgia que ancoriza e nos faz pensar: “È você que têm o tempo ou é o tempo que o têm?