VII - Rotulo: suicídio homicida
Deco era um policial bem posicionado na policia, possuía mãe, irmãs e uma linda noiva com quem iria se casar em breves dias.
Seduzido pelo convite de Alex para irem festejar com umas meninas. Saíram na noite para o deleite de suas mentes sensuais.
Beberam, comeram e fizeram sexo com as jovens, porém no caminho de volta para casa foram surpreendidos pelo destino.
Deco dirigia seu possante a 150 km/h, quando um motoqueiro descuidado entrou em sua frente, ao desviar ele perdeu o controle do carro que bateu em uma árvore e atropelou uma jovem que estava na calçada.
Deco e a jovem que lhe servirá de par naquela noite morreram na hora, enquanto que Alex e a outra jovem foram conduzidos ao hospital em estado grave.
No velório sua mãe sentia-se desolada, suas irmãs choravam mais contidamente. E sua noiva não derramara nenhuma lágrima, pois se sentia duplamente ferida. Ela estava abandonada e traída as vésperas do casamento.
Amigos se juntavam para falar da dureza de seu coração e para dizer que ela com certeza jamais o amará.
O coração dela se encontrava despedaçado e ferido e sem os recursos para tentar entender e perdoar aumentava ainda mais a sua cota de dor diante dos comentários nada caridosos dos amigos e parentes do noivo.
Um senhor no canto da sala analisava diferente a situação e depositava grande parcela de culpa aquele jovem, ainda tão moço, que no seu entendimento havia se matado, pois um carro não foi feito para andar a 150 km/h no centro da cidade onde a velocidade máxima permitida era de 60 km/h, ele tinha instrução era um policial, sua família lhe havia ensinado os preceitos da honestidade, da fé, e da fidelidade, tudo isso ele quebrara aquela noite, pois traíra sua noiva, os conselhos da mãe que pediu ao vê-lo sair que andasse devagar, com cuidado e respeito pela vida dos outros e pela sua, e a própria sociedade e os profissionais que ele representava, por escolha sua hoje ele estava deitado em um caixão de madeira e três pessoas que estavam no carro com ele estavam mortas.
Nos demais velórios muitos o chamavam de homicida, assassino, enfim muitas pessoas atribuíram-lhe a culpa pela perda de seus entes queridos.
Mas todos sem exceção estavam ali por escolha própria. É sempre preciso que nos lembremos que nada ocorre sem razão e muitas das tragédias poderiam não se suceder se o nosso comportamento fosse outro.
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Julgar é a coisa mais fácil que há, vemos uma situação e logo colocamos em ação nossa língua felina para emitir uma opinião, dar o nosso parecer, julgar, apontar o nosso dedinho, enfim quase todos os dias de nossas vidas estamos julgando algo, alguém ou alguma atitude.
Quer ver como estamos sempre emitindo um julgamento, preste atenção:
 Ana saiu com uma saia muito curta, pois só esta estava seca. E logo ouviu: _ Essa menina gosta de mostrar as pernas! _ Ta faltando pano? _ Que pouca vergonha!
 Clara levou um bolo para a repartição, onde trabalhava. E ouviu comentários assim: _ O de Dona Maria estava muito mais gostoso! _ Este está solado! _ Que delícia! _ Muito bom! _ Minha mãe faz melhor!
 Sandra estava com um problema na vista que a obrigava a usar óculos escuros. As pessoas que a conheciam proferiam os seguintes comentários: _ Ela levou uma surra do marido, deve estar de olho roxo! _ Que nada ele deve ter abandonado ela, que chorou a noite inteira! _ Isso deve ser contagioso!
 Pense um pouco e se lembrara envergonhado de algum comentário que já tenha feito, um julgamento precipitado e nem sempre verdadeiro. Lembremos sempre das três peneiras: a da bondade, a da utilidade e a da verdade.
O triste é percebermos sempre que o nosso julgamento jamais contemplara a verdade, pois toda a história tem dois lados e a verdade, que só um Ser conhece, se é que podemos chamá-lo de Ser, afinal de contas nós estamos falando de Deus - nosso Pai, que em sua infinita bondade está sempre nos oportunizando novas experiências na carne para que venhamos a reparar antigos erros, ajudar nossos irmãos e até servirmos de exemplo para alguém.
O que o nosso irmão em falta realmente precisa não é de um rotulo “suicida-homicida”, mas de uma prece e de pensamentos carinhosos que possam auxiliar a sua melhoria e a retomada de sua jornada rumo à felicidade.