UM ACHADO - Cenas da cidade. l

É o catador do lixo.

Muitos o conhecem, tanto ele aparece.

Até bem-vindo, pois, ajuda um pouco na remoção.

Perambula muito, na diária busca pelos vários cantos, sejam calçadas, ruas, praças..., - frente aos edifícios.

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Um caixão sobre precárias rodas é movimentado para recolher os achados. Faz a costumeira triagem para a posse aos pertences rejeitados e abandonados.

Num local um pouco escondido, vê uma caixa. Aproxima-se; a caixa está semi-aberta. Curioso, olhos e mãos procuram o conteúdo. Dentro, algo enrolado. Tirou os vários panos. Então, tocou o inesperado conteúdo.

Era uma criança!

Levantou-a. O pobre homem, tremendo os braços.

No momento, o mísero andarilho se esqueceu que não tinha mínimas condições de ficar com o vivo achado. Mas, seu coração, alegrado por olhos em lágrimas, dizia, através de incontidos lábios, : " o que é achado, não é roubado. Eu achei, o bebê é meu!"