Até os ídolos se emocionam
A linha de ataque do poderoso Santos dos anos 60 entrava em campo para tremer os adversários e alegrar os torcedores. Não havia uma só pessoa que não gostasse de assistir a magia do futebol que a linha formada por Dorval, Mengálvio, Coutinho, Pelé e Pepe apresentava. Esses ídolos estão vivos e moram em Santos. Mas com eles, outros jogadores desfilaram com o uniforme branco do alvinegro da Vila Belmiro. E entre eles tinha o Peixinho, autor do primeiro gol no Morumbi, que hoje reside em Piracicaba.
Até com eles a emoção é grande e os leva às lágrimas. Num domingo de muito calor, no último dia 15, torcedores santistas da cidade de Tietê-sp e região organizaram um encontro de familiares dos torcedores e trouxeram para homenagear o ex-craque Mengálvio. Para divulgar o evento, foram confeccionados belíssimos cartazes coloridos com a foto do Mengálvio em destaque. E foi através desses cartazes que Peixinho ficou sabendo da presença do seu amigo em Tietê.
Num salão todo enfeitado, mais de quinhentas pessoas, entre homens, mulheres, jovens e crianças se acotovelaram para aplaudir a entrada de Mengálvio no recinto da festa. E no meio deles estava o Peixinho. Por sua vez, o homenageado de nada sabia. Para minha alegria eu fui o apresentador da festa. Quando chamei o Mengálvio ao palco, eu já percebi que ele estava por demais emocionado. Cumprimentou tremulamente o povo e disse a ele que naquele lugar estava um seu amigo dos bons tempos do poderoso ataque. Ao lhe perguntar se ele imaginaria quem poderia ser respondeu-me para dizer a primeira letra do seu nome. Falei P... e ele rapidamente falou estupefato: “Peixinho... Peixinho taí?” Nesse instante o Peixinho também subiu ao palco e abraçou fortemente a Mengálvio, um abraço que representou os longos anos distantes, porém, mostrou o quanto vale a amizade de homens, mesmo que eles sejam ídolos. Ambos choraram emocionados e o público mais uma vez foi manifestou-se com longo aplauso enquanto o hino do Santos soava no salão.