PRIMEIRA CARTA
Na volta da creche.
-Olha, mamãe! Tem envelope para mim e para Melina!
-É o seu pai que mandou cartinha para vocês, Isadora. Podem abrir.
-Vovó, você lê para mim?
-Leio, Isa.
Belo Horizonte, 04 de outubro de 2007.
Isadora, esta é a primeira de muitas cartinhas que ainda vou lhe mandar.
Você é uma filha maravilhosa, muito educada, minha amigona e de sua mãe também.
Sinto orgulho de ser seu pai.
É ótimo saber que você ama a sua irmãzinha, Melina.
Filhoranga, nestes cinco anos de vida, você trouxe o maior amor do mundo para nossa casa.
Amo você.
Beijos.
Papai Adriano.
-Mel, vou ler a sua carta também.
BH, 04 e outubro de 2007.
Melina, você é uma filha maravilhosa. Papai a ama muito maior do que o céu.
Mesmo sem os meus “ólicus”, papai a enxerga perfeitamente.
Melzinha, tire os dedinhos da boca, minha deusa.
Beijos.
Papai Adriano.
Daí a pouco o telefone tocou.
-Alô, papai! Recebemos as cartinhas! Vovó está aqui e mamãe foi à portaria e já vem.
-Você gostou da sua carta, Isadora?
-Gostei que você disse que eu amo a Melzinha.
-Isa, passe o telefone para ela, por favor.
-Melzinha, você também gostou da sua carta?
-Gostei que você falô pá eu tilá o dedo da minha boquinha, papai.
-Nossa! Como sou feliz com as minhas deusinhas! Aliás, tenho três deusas.
Dê muitos beijinhos na mamãe.
Boa noite!
-Bênção papai!
-Bença pai!
-Deus as abençoe, juntamente com a Gigi.
Vovó Anna, a sua bênção.
-Deus o abençoe, meu filho.
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