AS CRIANÇAS INDÍGENAS
Às margens do Rio Paraguaio, bem alí no municipio de Barra do Bugres, exatamente onde é o Posto Indígena Umutina, em sua porção fronteira, nas terras pertencente a um grande fazendeiro, existia, lá pelos idos anos de 1974 uma enorme limeira. E quando a grande árvore estava carregada de enormes e lindos frutos, a garotada do Umutina fazia a festa; atravessavam de canoa, as mansas águas do Paraguáio e ao chegar no sítio onde estava encravada a limeira, os sacos eram enchidos e duas canoas voltavam trazendo uma boa carga da gostosa fruta.
O curioso disto tudo, era que, as vezes, as rústicas embarcações vinham tão carregadas que chegavam a deixarem vasar água para dentro do seu bojo côncavo. As vezes coincidia de estarmos à margem do grande rio e sermos convidado para fazer parte da aventura da coleta da lima naquelas plagas. Jamais aceitamos o convite, pois temíamos o eminente naufrágio. Para os garotos uma canoa afundada nada significava. Mas para nós aquilo significava morte certa, porque nadávamos muito mau.