ENCANTOS DE MINHA TERRA
ENCANTOS DE MINHA TERRA
Minha terra...
É um majestoso templo criado com o máximo de excelência pela divindade celestial, neste exuberante vale onde se respira paz e poesia.
Nas remotas épocas que ocorria a colonização de nossa pátria, aventureiros portugueses embrenharam-se pelos sertões. Autorizados pelo reino de Portugal, apossando vastas áreas de terras denominadas “sesmarias.”
Foi em uma destas oportunidades que um português de nome Gonçalves Lima, apossou uma sesmaria de grande extensão, à margem esquerda do rio Picão, dando-lhe o nome de Bom Jardim do Picão. Nome este, alusivo à rara beleza da mata virgem que cobria as margens do rio compreendidas desde sua nascente nas imediações da Garça até sua desembocadura no rio Pará, no município de Martinho Campos.
Alguns anos mais tarde, esta posse fora vendida a Félix Rodrigues Chaves, pai de Maria Rodrigues, desposada por Manoel Ribeiro. Enlace ocorrido no ano de 1790.
Procedente da região do Paraopeba, logo após adquirir a sesmaria, Félix fixou sua residência no Buriti do Jorge
Manoel Recebeu como doação de seu pai, parte desta sesmaria que fora adquirida de Félix Rodrigues; (seu sogro). Montou nela seu engenho de cana, com almanjarra, movido a tração animal. Onde se fabricava cachaça rapadura e o tradicional açúcar mascavo, conhecido também como açúcar de fôrma. Mais tarde este engenho deu nome ao povoado que se fundou.
A semente que originou o povoado foi lançada depois de decorridos, cento e vinte e sete anos, pelo bisneto de Manoel Ribeiro. Guilhermino Rodrigues da costa no ano de 1917, ao construir a primeira casa de escola. Inaugurada aos 15 de março do dito ano.
A mata cuja fauna e flora eram de riqueza incomparável na sua biodiversidade aos poucos foi desaparecendo. A causa principal desta catástrofe, por incrível que se pareça não foi do homem, mas da própria natureza, através da ação do tempo.
As grandes cheias provocadas pelos temporais que desabavam sobre o vale, levando enorme diversidade de detritos da própria mata virgem foram-se acumulando na desembocadura do rio, formando um grande dique, causando uma gigantesca inundação dando assim a origem e formação do grande pântano, até então inexistente.
Os brejais tronaram-se produtivos na medida em que suas terras foram sendo cultivado. Por várias décadas o louro do arrozal ilustrou este abençoado vale. Atualmente ocupado pela atividade agropastoril. É muito comum encontrar vestígios da extinta mata soterrada nos brejais. Madeiras conservadas pelo poder imunológico da grande lavra de argila do subsolo.
Este é um pequeno relato de nossa terra com sua exuberância e sua humildade, habitada por gente simples e solidária.
Estendida na planície deste vale, onde a mão divina do criador abençoou uma das mais belas obras de arte em sua criação. Com seus montes e encostas pincelados de campinas e matas verdejantes sob um céu infinitamente azul.
Banhada de luz pelos astros que vigilantes derramam calor e candura sobre sua face tomando-a fértil e produtiva. Tem seu rio peregrino caudaloso e cauteloso que desliza recebendo afluentes que brotam cristalinos do seu ventre nas encostas e montes. Em sua rota tortuosa cortando ao meio os brejais manados pelas vazantes, que vão saciando sua biodiversidade.
Iniciando paupérrimo em um local histórico, onde Manoel Picão Camacho construiu a primeira residência rural neste majestoso vale. La pelos idos de 1730, na remota época que antecedeu a fundação de Bom Despacho. Seu nome histórico é um legado de Picão Camacho.
Arrebatado do ventre da terra ele segue com humildade seu trajeto em busca do rio Pará e juntos vão desembocar no velho Chico.
Abrangendo os municípios: de Bom Despacho e Martinho Campos. Tornou-se uma importante artéria irrigando suas pastagens. Alimentando homens e animais. Suas barrancas verdejantes agropastoris, ora brumadas de garças brancas, ora cobertas com seu véu de noiva confeccionado pela neblina nas manhãs de inverno, nos dão uma sensação de paz, emanando tranqüilidade.
Tendo como irmão gêmeo o rio lambari Sob a auspiciosa proteção paternal de dois benevolentes rios: pela direita o Pará, pela esquerda o célebre e lendário, o velho Chico. Numa parceria enriquecedora e saudável tornando-os protagonistas de verdadeiras mesopotâmias da região centro-oeste mineiro.