Uma pausa de lucidez

Acordou. Olhou, meio que assustado, um lado e o outro. Não reconheceu o branco do ambiente. Não lembrava de nada. Escutou um ruído "tu...tu...tu...". Tentou se mover, não conseguiu. Se deparou com as "correntes de plástico" nos braços. Tentou gritar, também não pôde, havia uma "borracha" enfiada na boca.

"O que houve?" perguntou procurando calma.

"O que estou fazendo aqui" pensou.

"Que lugar é este?" continuou.

Até que, finalmente, fez a pergunta principal: "Quem sou eu?".

Não tentou mais nada. O quarto, ainda que bem arrumado, estava frio e sem vida.

Ainda vivendo o momento de serenidade, procurou as mãos. Brincou com os dedos.

Sorriu ao mesmo tempo que lágrimas rolaram no rosto magro e barbudo.

Ainda que sem respostas chorou de emoção ao constatar que, ainda, existia.