Tempo Interno
13/11/08
Tempo interno
Passando pela praia de Pirambu, em Fortaleza, Ceará, minha tia lembrou-se de sua infância monótona do colégio para casa, da casa para o colégio, sem algum diferencial ou alegrias.
Ela era estudante de colégio interno. Nas férias, tinha que pegar carona, mas só podia se o motorista fosse responsável, isto quando tinha a carona. Mesmo assim não era vantajoso, porque para chegar à sua casa, precisava passar por várias estações até o seu destino.
Ao chegar à residência, já era hora de voltar ao colégio.
Quando não havia carona, ficava no colégio mesmo, inventando algum passatempo.
A sorte era que uma de suas colegas morava ao lado do estabelecimento estudantil, então, as férias seriam um sucesso: praia, “sombra e água fresca”. As sobremesas seriam fornecidas pelos pais, através de viajantes conhecidos pelas garotas, e, principalmente, pelos pais. As meninas faziam muita festa entre si, com assuntos do interesse delas, longe dos olhos dos pais ou responsáveis. Podiam gargalhar a vontade, sem risco de serem repreendidas.
Não se recorda de como era o maiô da época, só percebe que a cada ano ele diminui de tamanho. Até aonde vai essa diminuição, não tem idéia, nota apenas que quase não enxerga mais a peça, ou pecinha???, e sabe que não é problema de visão.
Realmente ninguém tem um pingo de vergonha na cara ou do corpo, isso eu penso.
Adriana Quezado
Classificação: XXIX Concurso
11°