Caminhada de domingo

Levanto cedo, vou até a rua com o branquinho Lenga (Billy) para fazer sua necessidades, troco de roupa e vou fazer caminhada. Existe no bairro ao lado, umas seis quadras abaixo do meu, a av. Bernardo Vasconcelos, que tem pista para esta prática. Eu a acesso mais ou menos no meio de seu percurso. Virando à esquerda sentido av. Antônio Carlos, logo a uns cento e cinqüenta metros tem lá localizado um boteco, desses tipo fim de noite. Domingo desses, numa dessas caminhadas das oito da manhã, assim que passo em frente ao boteco, aquele borburinho, copos cheios até ao tampo, aquele som alto de radiola de lâmpadas coloridas, mais parecendo os aparelhos de Jornada nas Estrelas, quando sai, uma coroa ajeitando os cabelos cansados da noite com um companheiro magrelo, pouco teto, dando fartas bocejadas e entram num carro – sob efeito de álcool não – parecendo procurar o rumo de casa.Vou até a pracinha, flexões de pescoço, pernas e braços, seguindo o manual instrutivo do SECS afixado no lugar e dou-me por quase satisfeito, quase por que o restante seria complementado com a caminhada de volta, tá esquecendo? E nesta, ao passar pelo bar de zum ,zum, zum habitual, eis que para minha surpresa escuto rolando aquela música – segura na mão de Deus e vá. Será que é isso mesmo? Modero o passo e confirmo; é mesmo, é aquela música. Tá certo!

Outubro de 2009
Afonso Rego
Enviado por Afonso Rego em 12/10/2009
Reeditado em 14/04/2012
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