Um rosto...

Um rosto

Quando entrei naquele ônibus, imaginei às doze horas intermináveis que passaria dentro dele, entre uma parada e outra.

Pegamos uma estradinha de terra...E a partir de alguns Km, que não sei dizer quantos houve uma troca de ônibus, pois agora sim pegaríamos a pista asfaltada. Foi aí que ele surgiu, quando todos desciam do ônibus...Poderia ter sido só mais um rosto na multidão entre os passageiros, mas não, aquele rosto destacou-se dos demais. Não tanto por sua estética, mas por sua expressão marcante.

Quando fui descendo os degraus do ônibus com uma bolsa razoavelmente pesada, senti aquele olhar curioso fitar-me com certa descrição. Eu muito atrapalhada claro não dei muita importância a isso...Após descermos ficamos todos a espera do novo transporte que por sinal começava a demorar. Os olhos daquele rosto insistentemente corriam em mim, eu podia senti-lo. E com uma “sengraces” toda minha, sentei-me sobre minha bolsa, à noite não me permitia ler os olhos naquele rosto, foi quando ouvi um barulho e achei que fosse o ônibus então levantei apressadamente, foi aí que uma pequena sacola em minhas mãos caiu.

De súbito ele aproximou-se e gentilmente oferece-se para pegar. De pronto agradeci.

E aproveitando a aproximação perguntou-me: - Quer que eu pegue sua bolsa? O ônibus vai estacionar aqui.

_Bom se oferecer vou aceitar, obrigada.

O ônibus parou e ele ofereceu-se para subir com a bolsa...Levando-me até minha poltrona e foi perguntando pelo corredor onde era.Chegando de frente a ela respondi:

_Aqui.

Após sentar-me perguntei, onde estava e apontou para poltrona a minha frente, e sorrindo quis saber:

_Porque?

_ Curiosidade respondi.

E imediatamente pegou sua bolsa e disse, posso sentar-me aqui? Aí a gente vai conversando e o tempo passa mais rápido, caso não se incomode? Não tudo bem, pode sentar, se for só pra conversar... E se eu me incomodar você vai saber. Sorrindo sentou-se ao meu lado.

Na penumbra do ônibus pude perceber um sorriso aberto, um olhar que fita a gente...Um rosto simpático alegre que jamais expressava sua idade, a qual me disse durante a conversa. Dispensou diversos galanteios a minha pessoa, achou-me atraente com meu simples jeito de ser inteligente, ao ponto que tentava tirar de mim até onde ia meu conhecimento...E sem ele perceber eu fazia o mesmo. Conversamos sobre diversos escritores. E quando respondi que escrevia quis saber algum texto meu,e ntão fiz a narrativa de alguns. sentiu-se excitado com meus textos, e elogiou o meu trabalho...

E com uma petulância, mas não agressiva deixou claro, seu interesse por mim, sempre muito educado...

Era um rosto inteligente de conversa fácil gosto apurado, um rosto interessante, que refletia a imagem de um homem encantador...

Os adjetivos dados a minha pessoa foi de fato gostoso de ouvir, aquelas coisas que massageiam o ego, sabe? Pois é. Ele ficou com meu email na desculpa de avaliar meu trabalho.

Ah...Aquele rosto...Poderia ter passado desapercebido, mas não dos meus olhos... Se o verei novamente? Provavelmente não. Foi apenas um rosto na viagem.

*************Luciane Cortat***********

Luciane cortat
Enviado por Luciane cortat em 06/10/2009
Código do texto: T1851165
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