O fim de um dia por contar
Um dia é um Conto. Inventado por alguém num dia, e contado pela humanidade no outro (como dois). Um homem nesse dia pensou, mediu e fez o calendário à luz do meio-dia. Mas que aos poucos discordava das mentes brilhantes ao incorporar a noite ao dia, sendo essas duas fases uma vez contados. Esse tal homem, logo insatisfez a idéia de que pela manhã teríamos o sol, e a noite a lua, assim como o inverno do verão.
Era assim que numa quarta-feira à noite do mês de abril, Eduardo pensava sob a luz do abajur. Deitado na cama e olhando para o teto, ele observava os cometas, estrelas, luas que decoravam o seu quarto.
Nessa minuciosa apreciação, os olhos esverdeados do garoto transcendiam à estrela cadente, indagava a gênese da qual todos glorificavam. Retrucava por vezes a mente sã, que de um corpo de vinte e um anos não o fazia andar, nem comer, nem beber. Eduardo não pensava ser o sol o ícone do começo, a luz que abriria a janela das moradias de todo o mundo. Para ele, o sol fizesse bem à saúde das outras pessoas, e para as plantas que o retiram a energia, das mentes e visões precoces ao seu fascínio. Ao olhar-se no espelho não se via como ser. Era como um corpo celeste no seu teto. As nuvens ao céu o incomodavam, e a luz artificial lhe ardia às pupilas.
Pensando o outro dia, Eduardo ajustou o despertador, sonhou dormir por infinitos dias, bem quis morrer num minuto agora...
Talvez, onipresente ao que um dia foi contado, Eduardo nem tivesse se matado naquela hora, mas dado ao seu fim poucas linhas para memorizar.
Menos ainda a essa estória, que reescrita, nunca saberia contar o começo ao seu trágico fim, pois Eduardo jamais tivesse visto o sol nascer ou raiar. E nem desconfiava que após a madrugada as janelas se abririam, e recomeçariam sua última carta, lhe abençoando com uma manhã ensolarada... Este que foi o dia do seu fim.