Linda mas, nem tanto.

Sempre na mesma hora, todos os dias eu chegava naquele cruzamento e lá estava ela.

Era a mulher mais linda que eu já havia posto os olhos em cima. Ela era tão alta, magra, pele lisa, cabelos macios e solto, seu sorriso, ah! Seu sorriso, era tão branco que brilhava...

Hoje era o dia derradeiro, não poderia passar de hoje. Então eu a interpelei:

_Oi, tudo bem com você?

_Sim, tudo bem!

_Que dia lindo está fazendo hoje, não acha?

_Sim! Acho sim!

_Qual seu nome? Isto é se não se importar de responder?

_Não! Não me importo, meu nome é Rubisseta - com dois "ss".

_Como é que é? Quem colocou esse nome tão ridículo, bizarro, em você? Só pode ter sido seu pai, no mínimo ele adorava Lambretas ou coisas do gênero. (risos)...

_Não senhor, quemcolocou esse nome tão rdículo, bizarro, em mim, foi a minha avó que também se chamava Rubisseta; e passe bem, seu grosso.

_Aí desculpe! Pare aí, vamos conversar, foi mau...

E assim ela se foi, com a pior impressão possível de mim. Mas tudo bem, continuo ao longe admirando-a. E nunca mais me aproximei dela. Quem mandou não saber ser discreto.

Barranco
Enviado por Barranco em 27/09/2009
Reeditado em 27/09/2009
Código do texto: T1834298
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