A cantada do @lberto
- Olá.
- Hã... Oi.
- É possível estar lembrada de mim?
- Ah, claro. Você era...
- Alberto, de sua turma de Física.
- Ah sim, Alfredo.
- É "Alberto"! Posso me sentar aqui com você?
- Claro... Mas estranho nos encontrarmos aqui, não é?
- Posso saber por quê?
- Bem, você não parece do tipo que curte sair para beber, Bebeto.
- Meu nome é "Alberto". E não saio muito mesmo, hoje vim só acompanhar um amigo.
- (Também não parece do tipo que tem "amigos"...)
- Como é, não escutei.
- Só disse que é muito nobre de sua parte, Norberto.
- "Alberto"... Bom, posso te perguntar uma coisa?
- Sem medo de ser feliz, pode mandar, Felizberto.
- É "Alberto"! Enfim, numa simulação de aceleração de partícula próxima à velocidade da luz, seria possível comprovar o padrão de indeterminação das realidades quânticas se prever a proposição empírica da distensão do tempo em uma singularidade umbral?
- "Um" o quê? Do que está falando, Humberto?
- Já disse, que é "Alberto"! É sobre a questão da possibilidade de prever possíveis colapsos quânticos mesmo na indeterminação de um horizonte de eventos.
- E de onde você roubou toda essa ideia, Roberto?
- São teorias de possibilidades quânticas. E é "Alberto", sabe? "AL-BER-TO".
- Falando assim, você me lembra um "Al".
- Bem, são ideias do Einstein, que também é Albert.
- Me referia a outro "Al", o "Alzaimer".
- Está achando que é uma teoria frágil, ou você está me zombando?
- E você é sempre ágil assim, Gilberto?
- Alberto! Meu nome é "ALBERTO"! Como é possível que você erre tanto?
- É irritante. Onde pretende chegar, dando uma de esperto, Eriberto?
- ... Bem, com tantas possibilidades, achei que daria para a gente ficar.
- Ah, finalmente. Tudo isso e você só estava tentando me cantar?
- Bem, sim. E então? Vai dar?
- Claro que não né, Adalberto!
- Cheguei pelo menos perto?
- Como uma cachoeira num deserto.
- E seria possível, pelo menos uma vez, dizer meu nome certo?
- Vou deixar essa possibilidade EM ABERTO.