HISTÓRIA DE UMA ADOLESCENTE SAUDÁVEL (VII)
HISTÓRIA DE UMA ADOLESCENTE SAUDÁVEL (VII)
Sonia Barbosa Baptista
(Conto)
A PROFESSORINHA
Capítulo VII
A cada situação a qual a professorinha passava com os seus alunos, ficava pensando em como ela um dia, também foi criança travessa.
Lembra de quando passou a ir sozinha para a escola.
Era perto de casa, porém, ela não fazia o caminho mais curto.
Passava por uma rua sem asfalto, no alto, que para chegar na rua debaixo teria que dar a volta e era preciso andar muito.
Mas como tinha umas manilhas enormes, ligando a rua de cima com a rua debaixo, onde desceria todo o fluxo das águas das enchentes dos temporais, que não só na época, mas como também hoje, causam desastres ecológicos e tragédias.
Nesta rua debaixo ficava a escola, e para não dar a volta, ela adorava descer por dentro das manilhas e chegar lá embaixo.
Primeiro, ela jogava os materiais escolares e prestava a atenção onde eles iam cair, pois lá, tinha muito mato.
Era assim: um lugar meio que abandonado, atrás da escola que ficava num prédio.
Depois ela descia escorregando por dentro das manilhas.
Assim, ela fazia todos os dias.
E sua mãe, não teria descoberto o perigo que ela passava à caminho da escola, se não fosse, por um dia, que chovia muito e quando ela jogou os materiais dentro da manilha, caíram lá embaixo e esparramaram no barro.
Quando ela desceu, não encontrou os livros que se perderam no meio do mato. Já começou a chorar.
Chorava e procurava com o uniforme todo sujo de barro.
Ela procurou o mais que pode, como sabia que ia apanhar da mãe quando chegasse em casa, ela já estava roxa de tanto chorar, pois isso aconteceu na saída da escola.
As horas foram passando e nada dela chegar em casa, então, o irmão foi buscá-la.
E vendo em que situação ela estava, de tanto susto, já bateu nela ali mesmo na rua.
Voltaram para casa e chorando sem os livros, contou que tinha perdido todo material no barro.
A mãe mandou ela voltar e mostrar para o irmão, onde foi que tudo aconteceu.
E o irmão não podia acreditar, que ela descia por dentro daquela manilha, e mandou que descesse para ele ver.
E quando viu, teve medo por ela.
Mas também desceu para ver como era por dentro.
Em casa, contou para a mãe, que nunca mais deixou que ela fosse sozinha para a escola, além de levar uma surra, ficou sem materiais escolares, e como castigo ficou uma semana, sem ir lá em cima no morro que tinha atrás da casa.
Pois sabia que ela adorava ficar igual macaco subida em cima das árvores.
Como deu pra notar, a professorinha também foi criança.
Quem sabe por isso, ela entendia tão bem seus alunos, apesar de ser muito jovem para tantas responsabilidades.
Ela sempre dizia que:
Criança é um anjo de carne e osso, inocente, com idade para despertar somente o amor. Por isso enxerga tudo bonito e colorido, mesmo onde há lodo e escuridão. Pois dela emana a luz da inocência, da fé e do amor que um dia vão reger o mundo, iluminado pela tão sonhada "PAZ".
19/09/2009
Breve capítulo VIII