O Fogão Caipira e a Tesoura
Era assim, alegria, lhe era um dom!
Um dia de sol, o vento brincando com as folhas das palmeiras, o barulho da água do riacho e seus olhinhos vivos e espertos, enfim, chegara o grande dia. Subir no banquinho e ver bem de pertinho o fogão caipira. Começava a ajudar sua mãe. Abanar as cinzas, naquele instante, e vê-las esvoaçar, as brasas chamejando, de um lado a outro, foi para ela o máximo. O fogo, aquecendo as panelas e o cheiro, que exalava pela casa. Aprender a cozinhar, no velho fogão caipira, cuja altura, para ela, se dava, através do banquinho ...
Assim, todos os dias, aprendia algo de novo e fazendo o melhor possível, para que tudo ficasse conforme sua mãe gostava e lhe ensinava. Não demorou muito, e as panelas, tornaram-se peças importantes em sua vida. A comida, bolos, biscoitos, doces, bejus, cuzcuz, o café ... Fazia parte do aprendizado, socar no pilão, o milho, a carne seca, para a deliciosa paçoca, enfim ...
A linha na agulha, os primeiros pontos de um chuleado, e o aparar uma barrinha com a tesoura de tamanho grande, corte reto, a arte e o ofício, brotava alí ... costurar! A menina, de pele clara e cabelos loiros, pequena, de alma nobre!